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Todos querem pastas importantes, mas não há muitas

21 ago, 2014 • Pedro Caeiro

Juncker está com dificuldades em satisfazer os pedidos de todos os Estados-membros. Todos querem ter uma pasta importante, mas alguém tem de ocupar as restantes. 

Na Finlândia, o “Helsinki Times” diz que Jyrki Katainen está a posicionar-se para um lugar importante na nova Comissão Europeia. O finlandês deverá ser o sucessor de Oli Rehn como responsável pelos Assuntos Económicos e Monetários. Jean-Claude Juncker sofre pressões de todos os Estados-membros que querem que o seu candidato tenha uma pasta relevante. Mas a verdade é que nem todas o são e alguém vai ter de as assumir. Certo é que Juncker já disse que Katainen está posicionado para uma pasta “de peso” na sua equipa. O jornal finlandês põe uma outra hipótese: o novo presidente da Comissão pode optar por dividir os assuntos económicos em várias pastas, para satisfazer o maior número possível de países.

Na Rússia, a “Ria Novosti” diz que os especialistas europeus vão discutir na próxima semana o embargo russo aos produtos originários da União Europeia. Um porta-voz de Bruxelas confirma isso mesmo para o próximo dia 28, ou seja, a próxima quinta-feira. Desta vez vão estar em cima da mesa os problemas relacionados com a carne e os lacticínios, depois de ter ficado decidido um apoio na área da produção de fruta e vegetais.

Ainda a propósito desta guerra comercial que opõe a Rússia à União Europeia e Estados Unidos, o “Financial Times” dá destaque ao alerta da poderosa Westinghouse. A empresa energética norte-americana lança um apelo à Europa, para que encontre rapidamente alternativas, para não ficar dependente do fornecimento de combustível nuclear russo.

Já no “Bloomberg BusinessWeek”, a maior cadeia de hambuerguers do mundo pode vir a ser a grande vítima de toda esta “guerra”. É, de resto, a face mais visível do capitalismo na Rússia. Tornou-se quase um símbolo do fim da URSS, mas a verdade é que a aposta em 438 restaurantes foi um grande risco. É verdade que se abastece de produtos locais, o que lhe poderia dar autonomia... mas o regulador da Segurança Alimentar de Moscovo fechou pelo menos 4 restaurantes, por alegadas violações de regras sanitárias. Uma possível retaliação encapotada.

Quanto ao resto, o tema do referendo à independência na Escócia continua a dar que falar. Tanto o “EU Observer” como o “Scotsman” citam dois professores da Universidade de Edimburgo, que defendem que não haverá grande problema à entrada da Escócia como Estado-membro da União Europeia se resolver separar-se do Reino Unido. Mas é bom não esquecer o alerta recente de Durão Barroso a propósito do tema. Disse ele que seria “extremamente difícil” a adesão acontecer, uma vez que é preciso unanimidade e países como Espanha, com problemas de internos de autonomia, como é o caso da Catalunha, iriam sempre dizer “não”.