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Novas sanções à Rússia dominam notícias

30 jul, 2014 • Pedro Caeiro

As novas sanções anunciadas esta terça-feira contra a Rússia são faladas em quase todos os jornais americanos e europeus. Destaque, ainda, para os nomes de que se fala para a Comissão Europeia e para as polémicas leis que Cameron quer instituir sobre imigração.

O tema é comum a quase todos os jornais, mas citamos apenas alguns, caso do “New York Post”, do “Irish Times” ou do francês “Le Monde”, que centra atenções no endurecimento das sanções europeias e norte-americanas sobre a Rússia. A decisão foi anunciada ontem por Barack Obama, mas conta com o apoio implícito de Bruxelas. São sanções contra sectores-chave da economia russa, que passam pela Defesa, Energia e Finanças.

Também em Portugal, o “Diário de Notícias” fala do mesmo... bem como o jornal “Público”, que titula: “União Europeia lança primeiro grande ataque económico à Rússia”.
 
Já no “The Guardian”, surge o aviso da petrolífera britânica aos seus investidores. A BP diz que as suas finanças e a imagem da empresa podem estar em perigo devido às sanções impostas contra a Rússia. Tudo porque a BP detém 20% do grupo russo Rosneft, ligado à extracção e produção de gás e esta participação garante uma grande parte dos lucros da BP hoje em dia. De resto, a empresa anunciou terça-feira que ganhou, à custa desse negócio, 1.200 milhões de euros só nos primeiros seis meses do ano.

No britânico “Telegraph”, Bruxelas prepara-se para investigar o primeiro-ministro britânico, tudo por causa das medidas tomadas por David Cameron em relação à imigração e que podem estar a violar regras comunitárias. A Comissão Europeia desafia o Governo de Londres a explicar por que é que está a pensar cortar para três meses (em vez dos seis impostos pela União Europeia) os apoios sociais que estas pessoas podem pedir enquanto estão desempregadas.

Também no “El Pais”, o endurecimento das regras por parte de Cameron é destaque. Os analistas citados pelo diário espanhol acreditam que esta decisão do Chefe do Governo é uma espécie de cedência aos britânicos que, nas Europeias, votaram no partido populista e eurocéptico UKIP.

No diário grego “Ekathimerini”, ainda a nomeação do actual ministro da Defesa, Dimitris Avramopoulos, para representar a Grécia na nova equipa da Comissão Europeia liderada por Jean-Claude Juncker. Avramopoulos foi escolhido por acordo entre o PASOK e o partido da Nova Democracia, que formam o Governo grego. Juncker vai a Atenas já para a semana, no dia 4.

Em França, segundo a Reuters, o nome apresentado é o do ex-ministro das Finanças, Pierre Moscovici. É dele o nome já formalmente apresentado pelo Presidente François Hollande a Juncker. O nome é proposto numa carta ao novo presidente da Comissão Europeia sem referir a pasta que a França gostaria de ocupar nos próximos anos, isto apesar de fontes próximas de Paris não esconderem que gostariam que Moscovici ocupasse uma pasta ligada aos grandes assuntos económicos.

A mesma Reuters destaca uma outra história, com os reguladores europeus a lançarem um aviso aos fabricantes de relógios de luxo, que estarão a violar leis da concorrência, uma vez que não estão a fornecer peças essenciais a reparadores independentes. As provas existem, após uma investigação por iniciativa da Comissão Europeia que durou três anos, e estava em perigo a sobrevivência do negócio destes relojoeiros independentes.

Termino com aquilo a que o “Telegraph” chama de “a Guerra dos Pêssegos”, que opõe França a Espanha. Os produtores franceses de pêssegos e nectarinas queixam-se de concorrência desleal por parte dos espanhóis, que estarão a aparecer no mercado com preços demasiado baixos no mercado gaulês.