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Itália preocupa Bruxelas e união bancária está longe de unir europeus

13 mar, 2014 • Manuela Pires

As medidas anunciadas pelo novo Primeiro-ministro italiano não estão a cair bem junto de Bruxelas. A desejada união bancária está longe de ser unânime. Dois problemas abordados hopje pela imprensa europeia.  

Esta manhã, os jornais italianos destacam as reformas propostas pelo novo Primeiro-ministro. Matteo Renzi, que está no cargo há apenas duas semanas e meia, conseguiu ontem de manhã aprovar na Câmara de Deputados uma nova lei eleitoral que consagra o bipartidarismo. A ideia do Primeiro–ministro italiano é acabar com a instabilidade política no país.

À tarde, Renzi anunciou uma série de medidas económicas que os jornais dizem ser “eleitoralistas”. A partir do próximo mês de Maio, os 10 milhões de trabalhadores italianos que ganham menos de 1.500 euros, vão ser compensados em termos fiscais com mais 100 euros.

São reformas que o jornal espanhol El Pais diz ser “um menu indigesto em Bruxelas”. E isto porque, ainda há uma semana, a Comissão Europeia dizia que a Itália era “o novo doente da Zona Euro” e passava a mesma receita: austeridade para reduzir a volumosa dívida pública, que está em 133 por cento do PIB. Esta é a prioridade de Bruxelas para Itália, mas não para Matteo Renzi que quer reduzir os impostos.

Esta quinta-feira, dia 13 de Março, faz um ano que o Papa Francisco foi eleito. A fotografia do Papa preenche muitas capas de jornais europeus, entre eles o francês Le Monde, que fala na habilidade política de um papa Rock Star.

Mas este jornal francês tem espaço, ainda, para um tema actual na Europa: a união bancária. E mostra que, mais uma vez, os europeus estão divididos sobre o assunto. Com eleições para o Parlamento Europeu marcadas para Maio, com os problemas na Zona Euro, ontem em Bruxelas os eurodeputados e os representantes do Conselho não conseguiram ultrapassar as divergências sobre a criação de um mecanismo de resolução das crises bancárias, considerado indispensável para o BCE supervisionar o sector bancário e que tem de estar activo a partir do Outono.