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Guerra ao ébola em cima da mesa

20 out, 2014 • Daniel Rosário

A melhor forma de a União Europeia responder à chegada do ébola aos Estados-membros vai ser debatida esta semana, que fica também marcada pela entrada em funções de Juncker, a saída de Barroso e a realização de um Conselho Europeu.

Guerra ao ébola em cima da mesa

A melhor coordenação e reforço da resposta europeia à propagação do vírus do ébola é um dos temas principais da reunião dos chefes das diplomacias dos 28 que decorre esta semana no Luxemburgo.

Depois da reunião de alto nível dos responsáveis pela saúde na semana passada, a União Europeia tenta assim abordar as várias vertentes do problema. Em cima da mesa hoje estará o reforço do apoio aos países africanos mais afectados pela epidemia e também a possível criação de equipas civis para intervir no terreno, com peritos médicos e logísticos.

Outro aspecto em causa é a coordenação dos meios dos diferentes países europeus, em particular ao nível do transporte aéreo. Até ao momento, além dos frágeis serviços de saúde dos países em causa, são sobretudo Organizações Não Governamentais e o trabalho de voluntários de vários países que garantem a primeira linha de combate à propagação da doença.

Adeus Barroso, olá Juncker
Também hoje, mas em Estrasburgo, arranca a sessão plenária do Parlamento Europeu, que assinala o adeus a Durão Barroso e as boas vindas a Jean-Claude Juncker. Mas para que isso aconteça, o novo presidente da Comissão Europeia tem que ultrapassar os derradeiros obstáculos à sua entrada em funções.

Hoje mesmo os eurodeputados realizam as duas derradeiras audições a outros tantos candidatos a comissários. O decorrer destas sessões determinará se o voto de todo o novo colégio, agendado para quarta-feira, se mantém, ou se Juncker terá que proceder a novas mexidas na equipa. À partida não deverá haver novos contratempos. Depois de terem chumbado o primeiro nome apresentado pela Eslovénia, os eurodeputados dos maiores grupos políticos parecem agora apostados em facilitar a vida a Juncker. A menos que as audições de hoje voltem a complicar tudo.

Últimas palavras de Barroso em Estrasburgo
Certo é que Durão Barroso tem marcado para terça-feira o seu último discurso perante o Parlamento Europeu, onde efectuará o balanço da última década. E é pouco provável que os parlamentares se despeçam do ex-Primeiro-ministro português apenas com elogios.

A semana europeia arranca no Luxemburgo, passa por Estrasburgo e termina em Bruxelas, com a realização do Conselho Europeu de Outono, na quinta e sexta-feira.

O clima e a energia são o prato forte do encontro e os líderes da União vão discutir a fixação de metas vinculativas para a redução do consumo energético até 2030. Um debate que promete provocar polémica e com um intrincado pano de fundo: as preocupações ambientais, mas também geoestratégicas, devido às relações com a Rússia, que atravessam uma fase delicada devido à crise na Ucrânia.

Na sexta-feira a reunião de líderes fica reduzida a 18 países, para uma Cimeira do Euro. E aqui é mais uma vez a realidade que se voltará intrometer na discussão, com o braço de ferro entre várias capitais e Bruxelas devido aos projectos de orçamento para 2015, a discussão entre austeridade e crescimento e o fantasma do regresso da crise do euro.