Draghi em Bruxelas e Barroso em Nova Iorque

A semana arranca com a presença do presidente do Banco Central Europeu perante a comissão dos assuntos económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Uma reunião que ocorre numa altura particularmente delicada em que o banco liderado por Mario Draghi se encontra no centro das atenções, não necessariamente pelas melhores razões. As iniciativas mais recentes de política monetária para estimular a economia e travar o fantasma da deflação não estão a ter o efeito pretendido.

As novas linhas de financiamento criadas pelo BCE para o sistema financeiro despertaram apenas um interesse residual da parte do sistema bancário europeu. Como se não bastasse, este fim-de-semana foi o banco central alemão a criticar abertamente as opções de Draghi.

Também em Bruxelas, a Comissão Europeia apresenta hoje os resultados de um estudo sobre o impacto do programa Erasmus.
Criado há 27 anos, o programa foi concebido para facilitar a mobilidade de estudantes do ensino superior e tornou-se numa autêntica imagem e marca de União. Dele já usufruíram mais de 3 milhões de estudantes.

O estudo da Comissão apresenta dados que sustentam que os estudantes que participaram neste programa tiveram mais facilidades em aceder ao mundo do trabalho, além de terem melhorado uma série de aptidões.

Mas esta semana as atenções vão estar viradas para Nova Iorque, onde decorre a Assembleia Geral das Nações Unidas e para onde a Comissão de Durão Barroso se muda de armas e bagagens durante alguns dias.

Até sexta-feira, o presidente da Comissão e diferentes membros do colégio participam numa série de reuniões e iniciativas que decorrem em paralelo à sessão da Assembleia Geral, como a Cimeira de Líderes sobre Clima, uma reunião internacional de alto nível sobre o surto de Ébola em África e mais uma ronda das conversações sobre o programa nuclear iraniano, lideradas pela Alta Representante da União para a Política Externa.

Enquanto a futura velha Comissão está do outro lado do Atlântico, de regresso a Bruxelas, o Parlamento Europeu vai esta semana preparar as audições aos membros da nova Comissão. Este processo arranca já na próxima semana. Os novos comissários já receberam um pequeno questionário ao qual terão que responder por escrito. Mas o verdadeiro teste são as perguntas, e respostas, que preencherão as três horas de cada audição.