Distribuição de pastas concluída na "rentrée" comunitária

A distribuição dos lugares de topo da União Europeia foi concluída no passado sábado. Agora, o recém-eleito presidente da Comissão Europeia pode começar a fechar a composição da sua equipa e a distribuição das pastas entre os 27 comissários.
 
Uma das peças que faltava a Jean-Claude Juncker era a do nome do novo Alto Representante da União para a Política Externa, cargo para o qual foi designada a chefe da diplomacia italiana. Federica Mogherini ocupará por inerência uma das vice-presidências da Comissão, sendo, para já, a única comissária que sabe qual a sua pasta.

A distribuição dos pelouros depende agora dos equilíbrios a traçar entre países, perfis de comissários e composição política do colégio, cabendo a última palavra a Juncker, num processo que deverá estar concluído no decorrer da próxima semana.

Uma das preocupações do recém-eleito presidente da Comissão Europeia é garantir a presença de um elevado número de mulheres. As previsões mais optimistas apontam para oito mulheres, menos uma do que na equipa de Barroso, o que pode vir a ser um problema na hora da aprovação da nova equipa pelo Parlamento Europeu.

Problemas pós-férias
A primeira semana depois das férias comunitárias tem uma agenda pouco preenchida de reuniões, mas a realidade pode vir a alterar este ritmo relativamente plácido. A começar pela situação na Ucrânia, onde os combates no terreno se intensificam e Moscovo endurece a sua posição no plano militar e político.

Depois de o assunto ter sido abordado pelos líderes da União na Cimeira do fim-de-semana, não é de excluir que Bruxelas proponha um novo endurecimento das sanções à Rússia.

A ganhar balanço nesta "rentrée" está igualmente o Parlamento Europeu, onde a situação na Ucrânia será discutida pela comissão parlamentar das relações externas. Outra vertente desta crise será abordada na comissão parlamentar de agricultura, onde os eurodeputados vão discutir o impacto das medidas retaliatórias adoptadas pela Rússia, que proibiu a importação de bens alimentares europeus.

Tudo isto tendo como pano de fundo a lenta recuperação da economia, assunto que dominará a discussão entre os parlamentares da comissão dos assuntos económicos e o presidente do Eurogrupo, agendada para quinta-feira.