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Visto de Bruxelas

Migrantes. "A primeira preocupação é salvar vidas. Depois, logo se vê a triagem"

28 ago, 2015 • Susana Madureira Martins e Eunice Lourenço

É o que diz o eurodeputado do PSD Carlos Coelho, que lamenta que pouco tenha mudado nos últimos meses. A crise dos refugiados marcou a semana na União Europeia.

O eurodeputado Carlos Coelho defende que "não está a haver um acolhimento e integração de refugiados" na União Europeia e lamenta que pouco tenha mudado nas atitudes de vários governos desde que o Parlamento Europeu discutiu este assunto em Abril.

Em entrevista à Renascença, o eurodeputado do PSD e especialista em questões de segurança elogia a Alemanha e critica a Hungria.

"A prioridade é salvar vidas", afirma Carlos Coelho, lamentando também que tenha sido preciso fazer uma lei para impor esse princípio: "Como não estava a ser cumprido, tivermos de fazer uma lei. A primeira preocupação é salvar vidas. Depois, logo se vê a triagem: quais são imigrantes ilegais, quais são os traficantes, que têm de ser presos, quais são refugiados…"

A semana ficou marcada pela vaga de migrantes e refugiados que não pára de aumentar. As medidas que os vários países estão a tomar, seja para conter ou para acolher os que fogem de zonas em conflito, marcam a actualidade. Destacou-se a decisão da chanceler alemã Angela Merkel de suspender a convenção de Dublin, que vigora na União Europeia, e decidir acolher todos os refugiados oriundos da Síria.

"Há países que estão a ser mais generosos e países que estão a ser menos generosos", avalia Carlos Coelho. O social-democrata elogia a "generosidade da Alemanha", que "percebeu a dimensão trágica deste êxodo" e tomou uma atitude "que deverá fazer pensar os governos e outros países-membros".

Pelo contrário, "a Hungria está a portar-se muito mal", não só porque está a recusar qualquer acolhimento de refugiados, mas também pela construção de um muro na fronteira e pelo envio de uma força especial de polícia para conter os migrantes e refugiados.

A crise dos refugiados foi também comentada por Francisco Sarsfield Cabral, especialista da Renascença em assuntos europeus, neste Visto de Bruxelas, que incluiu ainda a análise à actualidade na Grécia e à tentativa de atentado no Thalys, o comboio que seguia de Amesterdão para Paris.

Como o tempo ainda é de férias, o Visto de Bruxelas incluiu também a recomendação de uma aplicação para "smartphones", que pode ser uma ajuda preciosa para quem vai de férias para o estrangeiro. Reclamar da reserva do hotel em grego ou pedir a devolução de um artigo em islandês, polaco ou holandês são alguns dos casos em que a aplicação ECC-Travel pode dar uma ajuda.

A "app", gratuita, disponibiliza exemplos práticos, fornece um minidicionário em 25 línguas e um conjunto de diálogos para o ajudar a defender os seus direitos, se estiver no espaço da União Europeia, na Islândia ou na Noruega.