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Recados do Papa e o “Natal antecipado” de Juncker

28 nov, 2014 • Manuela Pires/Francisco Sarsfield Cabral/Filipe Avillez

Semana na União Europeia marcada por dois temas-chave: a visita do Papa a Estrasburgo e o plano do presidente da Comissão Europeia para tentar reanimar a Economia dos “28”.

Recados do Papa e o “Natal antecipado” de Juncker

26 anos depois, um Papa visitou as instituições europeias na passada terça-feira Francisco discursou no plenário do Parlamento Europeu. O Papa fez um retrato pouco animador de uma Europa que está envelhecida e que não pode girar apenas em torno da economia.

O Papa falou na solidão dos idosos, na falta de futuro para os jovens e sublinhou, ainda, a falta de consenso na Europa para resolver o drama dos imigrantes do Norte de África e pediu políticas de emprego e devolver a dignidade ao trabalho.

O discurso foi várias vezes interrompido pelos aplausos dos eurodeputados e o enviado da Renascença a Estrasburgo, Filipe Avilez, escutou dois eurodeputados, um socialista e outro conservador. Ambos elogiam o discurso do Papa.

Primeiro o estímulo intelectual... depois o financeiro
Outro tema da semana passou pela apresentação do plano Juncker para estimular a economia na Europa. O presidente da Comissão Europeia anunciou a criação de um fundo estratégico de 315 mil milhões de euros nos próximos 3 anos. Juncker disse aos eurodeputados que o plano é uma mensagem para o mundo: a de que “a Europa está de volta aos negócios", com dinheiro fresco para impulsionar a economia europeia que está estagnada.

“Há apenas um mês, prometi um plano de investimento ambicioso para antes do Natal. Um mês mais tarde, o Natal chegou mais cedo e estou aqui para cumprir a minha promessa. Hoje a Europa está num virar de página, após anos de luta para restaurar a credibilidade fiscal e para promover reformas, estamos aqui para apresentar um Plano para a Europa que é ambicioso, mas ao mesmo tempo realista. A Europa precisa de um pontapé de saída e hoje a Comissão Europeia está a apresentar os meios necessários para fazê-lo”, afirmou o presidente da Comissão Europeia.

Segundo Juncker, será criado o Fundo Europeu de Investimento Estratégico, dotado de 21 mil milhões de euros, que a Comissão Europeia estima poder multiplicar até 15 vezes, mobilizando 315 mil milhões de euros (entre dinheiro público e privado) para a economia.

Mas as ideias do presidente da Comissão Europeia não são consensuais. A eurodeputada socialista Maria João Rodrigues tem “dúvidas sobre a eficácia deste plano”.