13 jul, 2015 • Matilde Torres Pereira e Pedro Caeiro
"Durante a reunião do Eurogrupo, conforme foi noticiado, não deixou de se considerar a possibilidade de uma saída da Grécia se um acordo não fosse encontrado", referiu o chefe do Governo português, justificando que o país não teria condições financeiras para o fazer. "Teria de emitir uma moeda própria. Não é uma ameaça, é a constatação de uma consequência natural se não existisse acordo. Todos nós vivemos com essa ameaça e esse risco. Era uma ameaça dirigida a toda a Zona Euro", sublinhou.
"400 mil milhões de euros" foram para a Grécia
"Esperamos que este acordo de princípio possa agora converter-se num acordo formal que corresponda a um terceiro programa. Este acordo permitirá à Grécia [encaixar] quase mais 86 mil milhões de euros", declarou ainda Passos Coelho, no final da maratona negocial que durou toda a madrugada em Bruxelas. "[Recebe este valor] no seu terceiro programa, que é mais do que Portugal recebeu num só programa. A Grécia, desde que o seu programa foi iniciado, terá recebido e visto perdoado mais de 400 mil milhões de euros. Terá sido o país que largamente recebeu mais dinheiro, e se considerarmos o seu PIB, a Grécia terá recebido 2,5 vezes o seu PIB."
Para o governante português este entendimento não deve ser considerado uma humilhação. "Não creio que, quando se está a pedir a todos os países e ao Mecanismo Europeu de Estabilidade que coloque este dinheiro para recapitalizar os bancos e outra parte para financiar o Estado, isso possa ser considerado uma humilhação. Só pode ser considerado um acto de solidariedade para com a Grécia", concluiu Passos Coelho.
O “acordo” com a Grécia foi anunciado pelo primeiro-ministro belga Charles Michel, através do Twitter.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, também confirmou que os líderes da Zona Euro alcançaram, por "unanimidade", um acordo para oferecer um terceiro plano de ajuda à Grécia, após uma "maratona negocial".
[Notícia actualizada às 9h01]