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Para Juncker, "o Natal chegou mais cedo"

26 nov, 2014

Presidente da Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, o Fundo Europeu de Investimento Estratégico para mobilizar 315 mil milhões de euros para a economia.

Para Juncker, "o Natal chegou mais cedo"
"Há apenas um mês prometi um plano de investimento ambicioso para antes do Natal. Um mês mais tarde, o Natal chegou mais cedo e estou aqui para cumprir a minha promessa", disse o presidente da Comissão Europeia na apresentação do fundo estratégico para mobilizar 315 mil milhões de euros nos próximos três anos.

O plano para a economia europeia conhecido esta quarta-feira é "uma mensagem para o mundo: a Europa está de volta aos negócios", disse Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

"A Europa precisa de um pontapé de saída e hoje a Comissão Europeia está a apresentar os meios necessários para fazê-lo", sublinhou.

Segundo Juncker, será criado o Fundo Europeu de Investimento Estratégico, dotado de 21 mil milhões de euros, que a Comissão Europeia estima poder multiplicar até 15 vezes, mobilizando 315 mil milhões de euros (entre dinheiro público e privado) para a economia.

Os Estados que quiserem contribuir para esse fundo não precisarão de contabilizar o investimento para o défice, referiu ainda.

"O dinheiro não cai do céu e não temos uma impressora para o imprimir. Temos de o atrair", declarou Juncker, cujo plano revelado aos eurodeputados prevê que, por cada euro de garantia pública, sejam gerados 15 euros.

O novo fundo europeu será financiado por 16 mil milhões de euros de garantias da União Europeia (8 mil milhões que a Comissão mobiliza do Orçamento comunitário) e 5 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento (BEI).

Juncker disse também que quer que o Fundo esteja operacional em Junho do próximo ano, para o que precisa do apoio do Conselho e do Parlamento Europeu.

Os sonhos de Juncker depois da "austeridade de Barroso"
O objectivo da “Comissão Juncker” é que este plano financie projectos em áreas como infra-estruturas de transportes, banda larga, energia, inovação e investigação, energias renováveis, eficiência energética ou educação, apostando em projectos de maior risco.

“Deixem-me explicar em que é que pensei como destino para este dinheiro: tenho uma visão de crianças a ir para uma escola em Tessalonica, uma escola com salas de aulas novas, equipadas com computadores; tenho a visão de um hospital em Florença, a salvar vidas com equipamento médico de última geração; tenho a visão de um cidadão francês a poder carregar o seu carro eléctrico numa estrada, à semelhança do que faz hoje em dia com a gasolina”.

Segundo o político luxemburguês, depois de vários anos da Europa a "lutar para restaurar a credibilidade orçamental e a promover reformas", foi agora acrescentado " um plano de investimento ambicioso mas realista para a Europa".

Depois da apresentação do plano, o presidente do grupo dos Socialistas no Parlamento Europeu, Gianni-Pittella, apoiou o “Plano Juncker”, considerando que depois da "austeridade de Barroso" está a começar uma "nova era de investimento, crescimento e emprego".

Também o grupo do Partido Popular Europeu, actualmente o maior grupo político no PE e que suporta a Comissão, juntamente com os socialistas, apoia este plano.