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Cardeais americanos remetem-se ao silêncio

06 mar, 2013 • Aura Miguel, em Roma, com redacção

A comitiva americana dava uma conferência de imprensa diária e agendava entrevistas com órgãos de todo o mundo, mas a partir de quarta-feira não falará mais.  

Cardeais americanos remetem-se ao silêncio
A partir de agora, silêncio. Habituados a conferências de imprensa diárias e a entrevistas com diversos orgãos de comunicação, os 11 cardeais americanos decidiram que não mais vão falar publicamente até ao fim do conclave. Já na habitual conferência diária do director da Sala de Imprensa da Santa Sé foram reveladas imagens dos preparativos na capela sistina para acolher o encontro dos cardeais, bem como da salamandra que vai produzir o fumo que irá anunciar ao mundo o novo Papa.
Os cardeais americanos que se encontram em Roma para participar nas Congregações Gerais vão remeter-se ao silêncio a partir de quarta-feira, revelando aquilo que parece ter sido um choque cultural com os europeus.

A comitiva americana fez-se acompanhar de um grupo de assessores de comunicação, revelando um profissionalismo e um hábito de lidar com os media que na Europa e no resto do mundo é praticamente desconhecido no que diz respeito à hierarquia da Igreja.

Todos os dias dois cardeais americanos davam uma conferência de imprensa, com direito a perguntas, e aceitavam marcações de entrevistas com jornalistas de várias partes do mundo.

Contudo, e apesar de até à data nenhuma dessas entrevistas ter sido polémica ou ter revelado informação secreta dos trabalhos das congregações, esta quarta-feira foi anunciado que todas as conferências de imprensa e entrevistas agendadas estavam canceladas.

O padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da Santa Sé, que todos os dias faz um briefing sobre os trabalhos que estão a decorrer em Roma, não explicou se a decisão tinha sido tomada por iniciativa própria dos americanos ou se tinham sido pressionados nesse sentido por parte dos restantes cardeais. Disse, contudo, que a época que antecede um conclave deve ser marcada por recolhimento e que os cardeais devem procurar ter o menor contacto possível com o exterior.

Entretanto a data do início do Conclave ainda não foi revelada e ainda não estão em Roma todos os cardeais eleitores. É natural, embora não seja obrigatório, que os cardeais esperem pelos dois ausentes antes de marcarem a data do Conclave, pelo que esta poderá só ser conhecida na quinta ou mesmo na Sexta-feira.

Os dois cardeais ainda ausentes são o polaco Kazimierz Nycz e Jean-Baptiste Pham Minh Man, do Vietname. Nycz é esperado em Roma ainda esta quarta-feira, mas Man deve comparecer apenas na quinta.