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Igreja vive "hora muito bonita e exigente"

28 fev, 2013

Padre Tolentino Mendonça considera que a "proposta cristã tem de ser inteligível" e "bem comunicada".

Igreja vive "hora muito bonita e exigente"
Mendonça

A resignação do Papa Bento XVI é tempo de exigência para a Igreja Católica, afirma o padre Tolentino de Mendonça, em declarações à Renascença.

“Eu penso que esta é uma hora muito bonita da Igreja, é uma hora exigente, no sentido que nos pede um regresso ao essencial, um voltarmos para essencial e uma reinvenção daquilo que somos a partir do essencial”, disse o director do secretariado nacional da Pastoral da Cultura.

O fim do pontificado de Bento XVI e a entrada da Igreja em “Sede Vacante” até à eleição do novo Papa estiveram esta quinta-feira em debate na Renascença, com o padre Tolentino Mendonça e Graça Franco, directora de Informação da Renascença.

Para o padre Tolentino de Mendonça, Bento XVI “coloca a Igreja nas nossas mãos, no nosso coração de uma maneira muito intensa” e “coloca-se também ele no coração da Igreja”.

“Mas de certa forma a insistência que ele faz de que a Igreja é de Cristo, que é com a força de Deus que a Igreja é conduzida, não apenas com a força dos homens, abre-nos para um entendimento da Igreja do ponto de vista sobrenatural e, nesse sentido, não é propriamente um tempo de incerteza”, sublinha.

O sacerdote escritor considera que o Papa “até pela paz e serenidade como viveu estes momentos, desejou muito que este momento, que em si é sem dúvida extraordinário,  fosse vivido e entendido como uma expressão normal da própria Igreja. Ele fez tudo para que este momento fosse vivido com normalidade e isso é uma lição para nós”.

O padre Tolentino de Mendonça diz que é “necessário assumir que há uma crise no interior do Cristianismo, mas é uma crise positiva”.

“Sentimos que a própria vivência cristã está em reconfiguração, que nós precisamos de encontrar novos modelos, que ao grande desafio de tornar o Evangelho relevante, atraente, para as mulheres e para os homens do nosso tempo, que em grande medida é um desafio cultural, porque a proposta cristã tem de ser inteligível, tem de ser bem comunicada”, conclui o director do secretariado nacional da Pastoral da Cultura.