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Nota de Abertura

25 nov, 2014

Os portugueses que nos representam no Parlamento, no Governo ou em qualquer outro órgão de soberania - incluindo os tribunais – têm aqui um papel decisivo, aprofundando a qualidade do serviço que prestam à sociedade.

Portugal está a ser varrido por um vendaval de notícias que têm no seu epicentro o deslumbramento de responsáveis económicos e políticos com o dinheiro fácil.

Quando for possível perceber os factos, poder-se-á ajuizar da actuação dos supostos implicados, assim como das autoridades, cujo papel no combate à corrupção deve ser apreciado como serviço de alto valor para o país.

De facto, é muito importante que a justiça funcione e não distinga nomes nem cargos; nem consinta aos fortes o que não concede aos fracos.
Mas a prisão preventiva de um antigo primeiro-ministro é um facto demasiado grave.

Por isso, é fundamental conhecer a verdade; e a verdade não pode ser confundida com pequenas fatias de factos, injustamente retirados do seu contexto.
Claro que a corrupção é uma praga que assola sociedades em todas as épocas. E não há regime que lhe tenha escapado.

A corrupção é um mal capital que defrauda a confiança e que faz germinar a demagogia fácil e barata; não tem ideologia nem partidos; não conhece fronteiras económicas, religiosas ou culturais.

Mas combater a corrupção implica uma mudança cultural que recupere valores; valores praticados na sociedade, ensinados na escola, assumidos em família.

Os portugueses que nos representam no Parlamento, no Governo ou em qualquer outro órgão de soberania - incluindo os tribunais – têm aqui um papel decisivo, aprofundando a qualidade do serviço que prestam à sociedade.

E aos partidos, indispensáveis à democracia, exige-se, também, um permanente esforço de purificação.