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Descida da taxa social única dá para tapar “um buraquinho”

10 set, 2012 • André Rodrigues

Gerente de pequena empresa têxtil diz que descida da TSU não traz nada de novo a não ser uma pequena folga de tesouraria para pagar custos de produção.

Nem mais emprego, nem folga para subir ordenados. Fernanda Valente, gerente de uma empresa do sector têxtil, afirma que a poupança de 5, 75% na contribuição para a segurança social não cria mais postos de trabalho, nem gera competitividade.

“Não é por não sermos competitivos que não estamos a vender. Não vendemos, porque ninguém está a comprar. Não tem a ver com competitividade”, explica Fernanda Valente.

Por outro lado, explica a gerente, “não é por ter a taxa social única com menos 5% que vou empregar uma pessoa que me vai criar encargos pesados e ao fim do mês tenho de fazer contas para pagar salários e sei que se não tiver o dinheiro a banca não me empresta e deixo os salários pendurados”.

A poupança com a tsu é residual e no caso desta empresa já tem destino. “Provavelmente vai ser comida pelos aumentos com a energia e o custo com o transporte tem sido obsceno, portanto, os 5,5% vão tapar um buraquinho”.

Dilemas de uma pequena empresa do ramo têxtil a braços com a contracção do mercado, neste caso como em tantos outros, a descida da tsu não traz nada de novo a não ser uma pequena folga de tesouraria para pagar custos de produção.