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Ministro vaiado duas vezes em Ponte de Lima

08 set, 2012

Pedro Mota Soares foi apupado quando assistia ao desfile nas Feiras Novas da cidade.

Ministro vaiado duas vezes em Ponte de Lima

O ministro da Solidariedade e da Segurança Social foi vaiado, por duas vezes, durante o tradicional cortejo etnográfico das Feiras Novas de Ponte de Lima, o único município do país liderado pelo CDS-PP.

O ministro Pedro Mota Soares foi convidado de honra deste cortejo, em que as 51 freguesias do concelho mostram habitualmente as suas actividades mais tradicionais, e logo à chegada foi alvo de vaias e insultos, ao passar pela multidão.

Este cenário repetiu-se, depois das 18h00, no final de um cortejo com mais duas horas de duração, na altura em que o ministro abandonava a tribuna de honra, com várias alusões dos populares às novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo na sexta-feira.

Confrontado pelos jornalistas, o ministro não comentou as vaias, mas admitiu que o Governo "tem de tomar as medidas essenciais para cumprir aqueles que são os objectivos do país".

"Cumprir o objectivo do défice é uma obrigação do Estado português nos termos do que foi estabelecido no memorando com a 'troika', essencial para podermos honrar os nossos compromissos", disse Mota Soares.

Durante a manhã, em Monção, onde inaugurou um lar de idosos, Pedro Mota Soares foi recebido com aplausos.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na sexta-feira mais medidas de austeridade para 2013, incluindo os trabalhadores do sector privado, que, na prática, perderão o que o primeiro-ministro diz corresponder a um subsídio através do aumento da contribuição para a Segurança Social de 11% para 18%.

Os funcionários públicos continuam com um dos subsídios suspensos (na totalidade nos rendimentos acima dos 1.100 euros/mensais e parcialmente acima dos 600 euros) e o outro é reposto de forma diluída nos 12 salários, que será depois retirado através do aumento da contribuição para a Segurança Social.

A contribuição das empresas passa dos atuais 23,75% para 18%. Os pensionistas continuam sem subsídios de Natal e férias.