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Representante do FMI em Lisboa diz que portugueses são fracos a gerir

24 nov, 2014

Albert Jaeger considera que o país vai ter dificuldade em sair da crise, porque o sector público tem "constrangimentos agudos nas suas competências de gestão".

Representante do FMI em Lisboa diz que portugueses são fracos a gerir

O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lisboa foi a Madrid explicar porque razão é tão difícil a reabilitação económica de Portugal, mesmo depois da aplicação de um programa de ajustamento que durou três anos. Desta vez, o diagnóstico foi centrado na falta de competências da gestão nacional.

Albert Jaeger considera que Portugal vai ter dificuldade em sair da crise e em aumentar a competitividade externa, porque o sector público tem "constrangimentos agudos nas suas competências de gestão" e os sectores exportadores vão no mesmo caminho, capturados num ciclo vicioso de falta de investimento e de qualificações na área.

Segundo o “Diário de Notícias”, na apresentação que fez na escola de gestão IE Business School no passado dia 14, o economista austríaco que ocupa o lugar de residente permanente do FMI em Portugal, tentou responder à pergunta "Porque é tão difícil melhorar a competitividade externa?"

Para Jaeger, outro travão à competitividade é o enorme endividamento das empresas, um tema recorrente nas análises e avisos do FMI por ser um factor que deprime o investimento. "Faltam mecanismos que forcem as empresas a reestruturar dívida", disse.

A instituição de Washington fará avaliações regulares ao pós-programa português durante os próximos dez anos ou mais. O país deve 26 mil milhões de euros no âmbito do pacote financeiro disponibilizado entre 2011 e este ano em parceria com a União Europeia.