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Fernando J. Regateiro

Milagre! Venha um milagre…

26 jun, 2014

Se, no início, era a fé de muitos, agora tem de ser o milagre evocado por Pepe.

Com a Selecção Portuguesa de Futebol “foi o que se viu”, no “play-off” para o apuramento. Dependíamos de nós, tivemos Ronaldo e vencemos. E agora, no Brasil, no teatro do Mundial, a coisa está ainda pior – dependemos de nós e dos outros! E não temos podido contar com o Ronaldo do apuramento, nem com muitos dos demais jogadores que chegaram ao mundial fisicamente debilitados.

Só me pergunto porque razão os holandeses e os alemães não evidenciam uma tão deficiente condição física?

Se, no início, era a fé de muitos, agora tem de ser o milagre evocado por Pepe.

E venha ele daí!... Com os nossos milagreiros – o capitão Ronaldo que não deixou de ser o melhor do Mundo, por estar no Brasil, e a generalidade dos jogadores que tão bem sabem jogar nos seus clubes e que não desaprenderam de jogar bem.

Qual fado, cá estamos, de novo, frente a um “Cabo das Tormentas”, a obrigar cada jogador a ser mais do que ele, a ser, com Fernando Pessoa, todo “um povo que quer o mar que é teu”.

E, de facto, na Selecção Nacional vemos mais do que simples jogadores de futebol, mais do que excelentes magos da bola! Para os portugueses, como é comum para a generalidade dos Povos, a Selecção é toda uma representação do nosso espaço pátrio de pertença, imaterial e simbólico.
Sendo apenas um jogo, a nossa auto-estima como Povo exige, como mínimo, que este jogo entre Portugal e o Gana, seja bem jogado, com a força da vontade e um querer inquebrantável. Depois, virá a alegria de uma vitória! E uma alegria esplendorosa, se for por muitos golos e conseguirmos passar à fase seguinte do Campeonato do Mundo.

Só que os milagres, como a sorte, requerem tempo, engenho e arte!...