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Fernando J. Regateiro

O medo que vindima

11 abr, 2014

Como designar a atitude dos corifeus da palavra e da escrita quando varreram razões confessas e desataram a bater com toda a força nos subscritores do Manifesto dos 70?

Em Portugal, em vez do medo que guarda a vinha, temos um medo que vindima a vinha e os vinhateiros. Ou não será medo o mecanismo que leva o desempregado a esconder a licenciatura para ganhar um lugar como caixa de supermercado?

Ou, como designar a atitude dos corifeus da palavra e da escrita quando varreram razões confessas e desataram a bater com toda a força nos subscritores do Manifesto dos 70? O seu medo, quiseram-no ainda na opinião pública para fazerem valer as suas escolhas.

Em nome de um temor reverencial, aqueles hereges e irresponsáveis teriam de ser ignorados, para não despertarem a ira dos “mercados”! Felizmente que há “anjos da guarda”!

Poderiam ter ido pelo lado da alegria, face ao acto de liberdade de tão distintos concidadãos. E, também por aí, sem deixarem de ser corifeus! 

Espero bem que, muito em breve, este medo e temor reverencial sejam vencidos, ao som do coro contra os excessos de austeridade, já audível em França e na Itália, com a Espanha em linha.

Unam-se as diferenças, para que se cuide a ortodoxia!