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Fernando J. Regateiro

O valor das “coisas”

20 fev, 2014 • Fernando J. Regateiro

Não é uma legislação ainda mais permissiva para os despedimentos, nem salários ainda mais baixos que promovem o crescimento económico. Está cego o Governo, está cego o FMI.

O valor de um bem não é atribuído por quem o produz, mas por quem o compra. É o cliente que determina o preço, ao dizer quanto está disposto a pagar para o possuir.
Se a necessidade é real, induzida, ou um capricho, é outra questão! O que conta é a força do querer que o bem gera no cliente.

Na génese do sentido de necessidade, conta a representação mental do bem: se é único, se é raro, se é novo, se é diferente, se espelha génio humano, se eleva para a dimensão do belo!

A riqueza de um país está nos seus cidadãos, nos bens que estes produzem e nos recursos naturais. Mas também na confiança com que encaram o futuro, numa boa qualidade da educação e em níveis elevados de qualificação profissional. A inovação, o valor acrescentado, a qualidade e a beleza dos bens produzidos são um corolário.

Não é uma legislação ainda mais permissiva para os despedimentos, nem salários ainda mais baixos que promovem o crescimento económico. Para o que é banal e num mundo globalizado, há sempre outro país, onde é possível fazer o mesmo, a um custo mais baixo.

Está cego o Governo, está cego o FMI. Para eles, as pessoas contam pouco!