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OE 2012

Patrões admitem cortar subsídios de férias e de Natal no privado

14 out, 2011

Presidente da CIP levanta a hipótese em caso de “encerramento iminente” das empresas. Já a Confederação do Comércio defende que o alargamento do horário de trabalho terá efeitos limitados, mas é preferível ao corte da Taxa Social Única (TSU).

Os patrões admitem o alargamento aos privados dos cortes nos subsídios de férias e de Natal. A medida foi anunciada apenas para os funcionários públicos e empresas do Estado, mas o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, defende que as empresas privadas também devem aplicar a receita, se isso for importante para impedir o encerramento.

“Se, e só nessas condições, as empresas se encontrem em situação de iminente encerramento, mais vale sobreviver com dolorosas medidas do que encerrar, com o desemprego que isso acarreta e, por isso, estou convencido de que os trabalhadores de empresas em dificuldade, confrontados com a iminência do encerramento e a extinção do seu posto de trabalho e a perda de algumas regalias, optarão pela manutenção do seu posto de trabalho”, disse o presidente da CIP à Renascença.

António Saraiva lembra que a situação do sector privado não é comparável à do Estado, que está obrigado a cortar na despesa, e nem todas as empresas privadas estão em dificuldade, tendo muitas já aplicado planos de saneamento e reestruturação.

Ainda assim, com o aval do Governo, será mais fácil suspender o subsídio de Natal e de férias. “Se houver uma determinação do Governo, vem, obviamente, ajudar a esse objectivo, se ele se verificar necessário. A contratação colectiva discute-se em sede própria, nas mesas negociais. Se o Governo não promover essa medida por via administrativa, cabe às empresas e ao diálogo entre os accionistas, os empresários e os seus recursos humanos encontrar medidas que ultrapassem as dificuldades das empresas”, defendeu.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal subscreve ainda o alargamento do horário de trabalho em meia hora e a eliminação de feriados, medidas que a CIP chegou a sugerir em substituição da redução da Taxa Social Única, que acabou por ser considerada violenta nesta altura.

A Renascença contactou também a Confederação do Comércio, que defende que o alargamento do horário de trabalho terá efeitos limitados, sendo, contudo, preferível ao corte da TSU.


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