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Freitas do Amaral prevê novo Governo a partir do Verão

16 jan, 2013

“O primeiro-ministro demitir-se, não me parece; o CDS tirar o tapete ao PSD e romper a coligação, vontade não lhe falta, mas não tem coragem”, afirma o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Presidente pode dissolver o Parlamento no Verão, em consequência de várias más execuções orçamentais, de mais recessão e de uma maior contestação social, prevê Freitas do Amaral.

“Entre Abril e Junho/Julho, entre as notícias dos quatro mil milhões de corte e da má execução orçamental do primeiro trimestre e as notícias da má execução orçamental do segundo trimestre e do primeiro semestre no seu conjunto, com a recessão a piorar e as pessoas todas a viver pior, com as pessoas a perceberem finalmente quanto perdem em cada mês, isso gerará um tal sentimento generalizado de desconfiança, descontentamento e indignação, que vai forçar o sistema político a reagir”, sustenta o fundador do CDS, em entrevista à TVI, na terça-feira à noite.

“O primeiro-ministro demitir-se, não me parece; o CDS tirar o tapete ao PSD e romper a coligação, vontade não lhe falta, mas não tem coragem. O Presidente da República tem dois poderes constitucionais: o de demitir o Governo e substituí-lo por outro, no mesmo quadro parlamentar, e o de dissolver a Assembleia, convocando eleições. A dissolução existe – e é um poder exclusivo do Presidente da República – para, se houver uma situação de grave pressão social sobre o sistema político, interromper a legislatura e devolver o poder ao povo soberano”, acrescenta.

Sobre a reforma do Estado social, o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates quer saber donde vem o número de quatro mil milhões de euros para cortar na despesa e que se acrescente uma outra vertente ao debate.

“Nunca ninguém explicou porque é que eram quatro e não cinco ou três. Isso é a primeira coisa que reclamo que seja discutida. Juntamente com outra: o Estado quer cortar quatro mil milhões de euros, a título permanente, na despesa pública para quê? Corrigir o défice, mantendo o enorme aumento de impostos ou para poder reduzir os impostos a uma proporção mais razoável?”, questionou.