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Plantam-se papoilas no Alentejo para fins medicinais

13 dez, 2012 • Rosário Silva

Projecto pioneiro que está em fase experimental. A Fundação Eugénio de Almeida está apostada em rentabilizar o seu vasto património agrícola através de novas culturas.

A água de Alqueva potencia novas culturas no Alentejo. A Fundação Eugénio de Almeida quer rentabilizar a sua capacidade produtiva com o reforço da aposta no regadio. Entre as novas culturas, a instituição está a trabalhar com uma empresa farmacêutica escocesa, num projecto de plantação de papoila, para produção de morfina.

A Fundação Eugénio de Almeida está apostada em rentabilizar o seu vasto património agrícola através de novas culturas. Rodeado de alguma confidencialidade por motivos de segurança, há um projecto pioneiro que está em fase experimental e que se prende com a plantação de papoila para a produção de morfina.

“Estamos a fazer, já desde o ano passado, a produção de papoila para fins farmacêuticos. É uma produção muito controlada, mas somos inovadores. É uma área que vai aumentar no próximo ano”, confirma à Renascença pelo administrador delegado da instituição, Luis Rosado.

Não se conhecem os valores envolvidos no projecto, mas a Fundação estima que, em termos globais, o investimento no próximo ano, na área agrícola, em várias culturas, possa chegar aos dois milhões de euros.

“Entre vinhas, novas áreas de regadio e equipamentos na adega, será à volta de dois milhões de euros. Posso dizer, ainda, que nos últimos seis anos, a fundação, tem uma média de investimento anual de três milhões e meio de euros”, contabilizou.

Face às dificuldades do país, a internacionalização é um caminho que está a ser trilhado. Os vinhos e os azeites são os produtos tradicionais com marca própria, que fizeram crescer as exportações.“Crescemos em valor, 60% para o exterior e 40% no mercado nacional. O investimento que fizemos há longos anos, em mercados como o brasileiro, o norte-americana, e mais recentemente em Angola, permitiu-nos dar um salto muito grande nos últimos dois anos.”

O administrador delegado da Fundação Eugénio de Almeida, instituição que “alimenta” muitos projectos de solidariedade e que acaba de dar início a um novo ciclo na sua história, com uma nova identidade corporativa no começo das celebrações dos 50 anos de actividade ao serviço da comunidade.