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Um em cada quatro portugueses em risco de pobreza ou exclusão social

03 dez, 2012

Ministro Pedro Mota Soares reconhece a gravidade dos números, mas sustenta que o Governo vai aumentar, pelo segundo ano consecutivo, as pensões mínimas.

Um em cada quatro portugueses em risco de pobreza ou exclusão social
O risco de pobreza ou de exclusão social atingia 24,4% da população portuguesa em 2011 - praticamente uma em cada quatro pessoas. Os dados constam de um relatório do Eurostat relativo a 2011, que foi divulgado esta segunda-feira. 

Em Portugal, estavam em risco de pobreza ou exclusão social 2,6 milhões de pessoas em 2011, o equivalente a 24,4% da população, abaixo dos 25,3% observados em 2010 e dos 26% em 2008. Na União Europeia (UE), e de acordo com o Eurostat, 119,6 milhões de pessoas - 24,2% da população dos 27 Estados-membros - estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2011, um valor superior aos 23,4% observados em 2010 e aos 23,5% em 2008.

De acordo com estes dados, Portugal registou, no período em análise, percentagens superiores às observadas na média da UE. Em 2011, a Bulgária (49%), a Roménia, a Letónia (40%), a Lituânia (33%), a Grécia e a Hungria (31%) registaram as percentagens mais elevadas, enquanto as mais reduzidas pertenceram à República Checa (15%), à Holanda, à Suécia (ambas 16%), ao Luxemburgo e à Áustria (ambos 17%).

Em causa estão, pelo menos, três formas de exclusão: risco de pobreza, carências materiais graves ou reduzida intensidade de trabalho. Na União Europeia, 17% dos cidadãos estavam em risco de pobreza em 2011, 9% enfrentavam carências materiais graves e 10% viviam em lares com reduzida intensidade de trabalho.

"São números muito preocupantes"
O ministro da Solidariedade mostra-se preocupado com os números. Pedro Mota Soares garante que o Governo tem actuado no combate a este flagelo. "São números muito preocupantes e é sempre um trabalho muito difícil, mas sabemos que temos de actuar exactamente nesse sentido. Temos vindo sistematicamente a reduzir as taxas de pobreza em Portugal. De qualquer maneira, esse número é ainda muito elevado."

O ministro diz que o Governo está a tentar ajudar os mais vulneráveis. "Aumentar a 1,1 milhões de portugueses os seus recursos financeiros é extremamente importante para combater a pobreza dos mais idosos. São os que recebem pensões mínimas, pensões sociais e pensões rurais", começa por dizer a este propósito. 

"Comos se sabe, em 2011, num anterior Governo, e quando se começou a pedir sacrifícios aos portugueses, até a estes pensionistas foi exigido um sacrifício e viram as suas pensões congeladas. Este Governo disse que isso era inaceitável e, pelo segundo ano consecutivo, faremos um aumento das pensões mínimas, acima dos valores da inflação, permitindo que estas pessoas possam recuperar poder de compra", sustenta o ministro.

[artigo actualizado e corrigido às 14h32]