Empresários e economistas dão nota negativa ao Orçamento do Estado
24 nov, 2012 • Vera Pinto
Um cenário macroeconómico pouco credível e um optimismo pouco desejável nesta altura de crise profunda são algumas das críticas apontadas pelos especialistas que analisaram as previsões do Governo para 2013.
Nem empresários nem economistas. O Orçamento do Estado para o próximo ano merece nota negativa de todos.
No projecto Budget Watch, que junta economistas inquiridos pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e empresários escolhidos pela consultora Deloitte, foram analisadas 10 dimensões e indicadores, e os inquiridos encontraram falta de transparência e rigor.
Um cenário macroeconómico pouco credível e um optimismo pouco desejável nesta altura de crise profunda. É uma das críticas apontadas pelos economistas que analisaram o Orçamento do Estado para o próximo ano.
Paulo Trigo Pereira, professor no ISEG, diz por isso que a sustentabilidade da dívida pública pode estar em causa no futuro. “Consideramos que a recessão vai ser mais profunda do que anunciada pelo Governo, o que significa que a trajectória da dívida que o Governo apresenta é claramente optimista.”
“Neste campo há um claro cepticismo do painel de académicos em relação à sustentabilidade da dívida. No fundo, basicamente é medida por um indicador, que é o rácio da dívida no PIB, e esse indicador não é muito sustentável no futuro”, considera o professor.
O estudo do ISEG sobre o Orçamento para 2013 alerta também para a ausência de uma explicação fundamentada para os encargos futuros com o sector empresarial do Estado e para um controlo pouco credível da dívida dos hospitais públicos.
O documento vai ser apresentado na segunda-feira numa conferência a decorrer no ISEG, numa parceria com a Renascença, jornal “Público” e semanário “Expresso”.