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Previsão

Só em 2015 é que o desemprego recua para números inferiores aos actuais

19 nov, 2012 • Ricardo Vieira

Vítor Gaspar afirma que a taxa vai diminuir entre 2013 e 2014, mas o valor final anunciado é superior ao que se constata actualmente. Recuperação da economia prevista para 2014 também foi revista em baixa.

Só em 2015 é que o desemprego recua para números inferiores aos actuais
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O ministro das Finanças anunciou esta segunda-feira que a taxa de desemprego deve continuar a aumentar no próximo ano, para um máximo de 16,4%. A inversão desta tendência de subida, segundo Vítor Gaspar, deve começar em 2014, ano em que as previsões anunciadas pelo ministro apontam para um recuo até aos 15,9%, número que é superior ao actual.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego subiu para 15,8% no terceiro trimestre de 2012. A previsão de Vítor Gaspar para 2014 deixa a taxa acima do valor actual.

Na conferência de imprensa de balanço da sexta avaliação da "troika" ao programa de ajuda português, em Lisboa, o ministro das Finanças adiantou ainda que "o desemprego deverá diminuir para 15,3% em 2015 e 14,8% em 2016". Ou seja, e de acordo com estas previsões, a taxa de desemprego só fica abaixo dos números actuais a partir de 2015.

"A troika", que deu nota a positiva a Portugal na avaliação do programa de ajustamento, decidiu rever em baixa o crescimento previsto para o país em 2014. Antes, tinha sido projectado um crescimento do PIB de 1,2%, valor que agora desce para 0,8%. Nos dois anos seguintes (2015 e 2016), a previsão de crescimento é de 1,8%.

Vítor Gaspar, que anunciou que a sexta avaliação da "troika" a Portugal é positiva, afirmou também que os dados do terceiro trimestre deste ano confirmam as previsões de uma recessão da economia portuguesa de 3%.

Para o próximo ano, o ministro voltou a reafirmar que a contracção do PIB será de 1% (valor colocado em causa por várias entidades, que prevêem uma recessão maior). Vítor Gaspar afirmou ainda que "a recuperação da actividade económica" inicia-se no segundo trimestre de 2013.

Em relação às previsões macroeconómicas, Vítor Gaspar advertiu que "não se pode minimizar os riscos e incertezas externas". "Os desafios que se colocam ao projecto europeu e a evolução das tensões em Espanha condicionam o nosso ajustamento", afirmou o ministro.