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Governador do Banco de Portugal sublinha que “a poupança em si não é produtiva”

09 nov, 2012 • Paulo Pinto com Lusa

Poupar para investir é a estratégia certa, segundo Carlos Costa, que defendeu ainda a necessidade de avançar rapidamente com a união bancária europeia.

Governador do Banco de Portugal sublinha que “a poupança em si não é produtiva”
(17/09/10)

O governador do Banco de Portugal sublinhou esta sexta-feira que a poupança, quando é possível, só é produtiva quando é transformada em investimento. A redução do consumo, por si só, lembra Carlos Costa, tem um impacto negativo na oferta.

“É que a poupança em si não é produtiva, a poupança em si é apenas uma abstenção de consumo. Se essa abstenção de consumo se limita a ficar entesourada ou debaixo de um colchão ou dentro de um cofre, é apenas uma redução da procura com um impacto negativo sobre a oferta”, explica o economista.

“Se essa abstenção de consumo for transformada em investimento significa que há, do lado da procura, uma procura adicional de investimento, e em segundo lugar há um aumento da oferta no futuro”, completa Carlos Costa.

Poupar para investir é a estratégia certa, segundo o governador do Banco de Portugal, que falava num fórum sobre regulação e supervisão no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Carlos Costa defendeu ainda a necessidade de avançar rapidamente para uma união bancária europeia, ainda que inclua um período de transição.

“Para um país como o nosso, é fundamental que a união bancária europeia avance, porque é decisiva para assegurar que as relações entre política orçamental e estabilidade financeira, entre as políticas de finanças públicas e de estabilidade financeira, não são perturbadas, porque são totalmente independentes", afirmou o governador.

Carlos Costa defendeu ainda ser "essencial" assegurar que o fundo de garantia de depósitos da União Europeia, o fundo de resolução de conflitos e o mecanismo europeu de supervisão bancária sejam "instalados tão rapidamente quanto possível".