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E que tal um imposto contra a obesidade?

09 nov, 2012 • Paula Costa Dias

Proposta parte da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade. Vários países europeus adoptaram medidas de maior taxação sobre os produtos ricos em gordura.

Criar um imposto sobre produtos ricos em gorduras e bebidas açucaradas é a proposta é da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, no dia em que arranca, em Lisboa, o 16º congresso português sobre a epidemia que, em Portugal, atinge já um terço das crianças.

“A França e a Dinamarca adoptaram medidas de imposto sobre os produtos ricos em gordura – aperitivos, batatas fritas, snacks – e essa verba possa reverter para facilitar o consumo de produtos de melhor qualidade, como os hortofrutícolas, que são indispensáveis”, refere o presidente da Sociedade, David Carvalho.

“Por outro lado, nalguns países, como a Polónia, têm sido adoptados alguns impostos, por exemplo, sobre medidas açucaradas, que podem ter um impacto grande sobre as crianças, que deixaram de beber água”, acrescenta, em declarações à Renascença.

O que se tem feito em termos de prevenção da doença não chega, defende a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, pelo que há que avançar com outras medidas, que poderiam contrariar a tendência.

David Carvalho alerta ainda para os efeitos da crise na alimentação: “Não deve ser vista como uma maneira de as pessoas emagrecerem. Provavelmente, vão passar a comer alimentos mais baratos, mas mais ricos em gordura”.

O presidente da instituição lembra que é mais barato prevenir a obesidade do que pagar os custos das doenças a ela ligadas – como o colesterol, a diabetes e as doenças cardiovasculares. Uma alimentação saudável e a prática do exercício físico são receitas que já provaram dar bom resultado.