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Ensino Superior

Uma das maiores universidades do país pode parar

20 out, 2012 • António José Soares

Em declarações à Renascença, o reitor da Universidade Técnica de Lisboa afirma que o corte de 10% no orçamento significa “incapacidade de funcionarmos”.

O funcionamento das aulas em toda a Universidade Técnica de Lisboa (UTL), uma das maiores do país, está em risco devido à falta de verbas, avisa o reitor da instituição.

Em declarações à Renascença, António Cruz Serra considera que não é possível gerir a UTL com os cortes de 10% previstos no Orçamento do Estado de 2013.

O responsável diz ter sido surpreendido com o aumento das transferências para a Caixa Geral de Aposentações e o não reforço na totalidade do valor do subsidio de férias. Apela, por isso, ao Parlamento e ao Governo para que reponham o dinheiro.

António Cruz Serra afirma que um corte de 10% no orçamento significa “incapacidade de funcionarmos”. “Estou convencido que não teríamos aulas a funcionar nessas condições”, sublinha.

“Não há instrumento de gestão que permita encaixar uma perda que, no caso da Universidade Técnica, é da ordem dos 7 a 8 milhões de euros, num orçamento de 70 e tal milhões e, portanto, seria a incapacidade de funcionamento”, reforça o reitor.

António Cruz Serra lembra que ao corte de 10% previsto para 2013, soma-se a redução do orçamento universitário na ordem dos 50% desde 2006.

“Comparado com o orçamento de 2006 nós tínhamos descido, até ao presente ano, cerca de 50% da dotação, o que significa que esta descida adicional de 10% que resultaria da não reposição dos aumentos da Caixa Geral de Aposentação não são encaixáveis e, portanto, a Universidade Técnica, no seu conjunto, não seria capaz de funcionar”, afirma o reitor António Cruz Serra.

Uma das escolas da Universidade Técnica de Lisboa afectada pelos cortes previstos no Orçamento do Estado de 2013 é o Instituto Superior Técnico (IST). O presidente do Técnico admite avançar com uma paragem parcial das aulas ou mesmo com um fecho temporário de parte do estabelecimento. Arlindo Oliveira queixa-se da falta de dinheiro para manter os serviços e diz que já não tem muito mais, por onde cortar.

A Renascença já contactou o Ministério da Educação, mas o gabinete de Nuno Crato diz que, para já, não vai comentar esta notícia.