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Congresso discute políticas alternativas ao plano da "troika"

05 out, 2012

José Manuel Pureza, um dos organizadores, considera que a Europa vive um momento explosivo, com uma polarização entre governantes e governados que pode resultar na quebra de laços sociais.

Congresso discute políticas alternativas ao plano da "troika"

Tem lugar esta sexta-feira, dia 5 de Outubro, dia da Implantação da República, o Congresso Democrático das Alternativas.

Iniciativa de um grupo de cidadãos – uns mais ligados à política do que outros – o congresso pretende discutir políticas alternativas às que têm sido seguidas pelos governos e pelos partidos que assinaram o memorando de entendimento com a “troika”, a contrapartida do empréstimo de mais de 78 mil milhões de euros a Portugal.

A Renascença falou com José Manuel Pureza, um dos organizadores do congresso, que afirma que o objectivo deste encontro é encontrar formas de denunciar o memorando de entendimento com a “troika” e inverter o actual “estado de coisas”.

Para o ex-deputado do Bloco de Esquerda e professor de Relações Internacionais na Universidade de Coimbra, é preciso “rejeitar que as políticas que decorrem do memorando são boas para o país” e, a partir daí, “encontrar um conjunto de caminhos que não conduzam ao empobrecimento, a uma penalização do trabalho, dos salários, das pensões, que não conduzam a um castigo permanente das pessoa mais frágeis”.

José Manuel Pureza considera que discutir esta denúncia e estas alternativas neste momento particular da História é uma urgência, porque a Europa, diz, vive um momento explosivo, com uma polarização entre governantes e governados que pode resultar na quebra de laços sociais.

O ex-deputado bloquista adverte que, a coberto dos processos de consolidação orçamental e de ajustamento das economias, o que está a acontecer é uma revisão profunda do contrato social. E acrescenta que processos tão acelerados de alteração estrutural das sociedades podem resultar em guerras.

O Congresso Democrático das Alternativas terá lugar esta sexta-feira, na Aula Magna da Universidade de Lisboa. A iniciativa já tem mais de 3 mil subscritores.