Natalidade a pique. Nasceram menos cinco mil bebés em Portugal

É um dos fenómenos mais alarmantes do estado do país. Números avançados esta quarta-feira mostram a maior queda de natalidade de que há memória em tempos recentes: há menos 5.235 nascimentos nos primeiros oito meses do ano.

Todos os recém-nascidos fazem o teste do pezinho para detectar doenças genéticas. Na unidade de rastreio do Instituto Ricardo Jorge, no Porto, o trabalho é cada vez menor. Laura Vilarinho, responsável por este serviço, conta que até Agosto teve menos 5.235 crianças que em igual período de 2011, uma quebra vertiginosa nunca vista nos últimos anos.

Já se sabia que a população portuguesa está a diminuir e cada vez mais velha, a novidade é o ritmo desse envelhecimento.

“Entre 2010 e 2011, houve um decréscimo ligeiro de 542 bebés, mas nunca tão significativo como neste”, avança.

O panorama só não é pior, diz Laura Vilarinho, porque ainda há muitos estrangeiros que têm filhos no nosso país. “Temos nomes estrangeiros e só estamos a fazer a avaliação pelo nome da mãe. Há muitos casais que estão a ter filhos em Portugal e que provavelmente pensam em voltar, mas que estão a contribuir para que a queda da natalidade não seja tão grande”, acrescenta a responsável.

Laura Vilarinho admite que Portugal pode chegar ao fim do ano com menos de 90 mil nascimentos. Em números redondos são menos sete mil que em 2011 e menos 12 mil que em 2010.

 
[notícia corrigida às 17h00 de dia 20]