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"Governo falhou e os portugueses é que pagam”

11 set, 2012

"Troika" deu mais um ano para cumprir o défice e Governo agrava austeridade, critica o Partido Socialista.

"Governo falhou e os portugueses é que pagam”

O PS ataca a forma como o Governo tenciona aproveitar o prolongamento por mais um ano do processo de consolidação orçamental, acusando o executivo de aprofundar a crise em 2013, sem aliviar os sacrifícios dos portugueses. 
 
A posição dos socialistas foram transmitidas por Eurico Brilhante Dias, porta-voz do Secretariado Nacional do PS para as questões económicas e financeiras, momentos depois de o ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, ter anunciado os resultados da quinta avaliação da 'troika' à execução do programa de assistência.

"Infelizmente temos mais tempo para tapar um falhanço colossal do Governo, mas não vamos ter mais tempo para aliviar os portugueses", declarou o dirigente socialista. 
 
Na conferência de imprensa, Eurico Dias vincou que o secretário-geral do PS, António José Seguro, tem defendido desde Novembro de 2011 o prolongamento por mais um ano do processo de consolidação orçamental - perspectiva que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, "rejeitou" categoricamente ainda em Maio passado, mas que agora o seu ministro das Finanças anunciou.

"O tempo e a realidade acabaram por desmentir o primeiro-ministro", considerou Eurico Dias, antes de se demarcar da forma como o actual Executivo tenciona aproveitar o ano suplementar de cumprimento das metas do défice.
 
"O PS sempre defendeu mais tempo para aliviar os sacrifícios dos portugueses e para tornar o processo de ajustamento possível. Mas, com este Governo, vamos ter mais tempo para ter o défice orçamental em 2014 em 2,5%. Ora, não se percebe por que motivo não temos mais tempo para ter o défice em 3% em 2014, tal como a Espanha e a Irlanda", referiu o membro do Secretariado Nacional do PS. 
 
Sobre as principais linhas orientadoras do Orçamento do Estado para 2013, Eurico Dias disse que "revelam mais austeridade, mais cortes nos pensionistas (o que parecia impossível) e mais na saúde, na educação e nas prestações sociais, acrescendo ainda a medida anti-social que transfere rendimentos dos trabalhadores para o capital". 
 
"O ministro de Estado e das Finanças diz que a estratégia é apropriada, mas temos mais dívida, mais défice, muito mais desemprego e muito menos economia. O cenário macroeconómico apresentado para 2013 sofre uma degradação muito considerável. Em 2013, segundo as previsões do próprio Governo, terão uma economia a decrescer um por cento e a pergunta que fazemos é saber se 2013 é mesmo o ano de recuperação como foi anunciado pelo primeiro-ministro aquando da festa do Pontal [em agosto passado], interrogou-se o membro do Secretariado Nacional do PS. 
 
Para este dirigente socialista, 2013 "revela-se apenas o aprofundar da crise e o aprofundar dos sacrifícios". 
 
"O Governo falhou e os portugueses é que pagam" - uma frase repetida por três vezes por Eurico Dias ao longo da conferência de imprensa.