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"Cruzes, canhoto." É o seu dia e sem preconceitos

13 ago, 2012 • Carla Fino

Sociedades e a religiões condenaram, em tempos, as pessoas que utilizam mais a “outra” mão. Em Itália, esquerda diz-se “sinistra” e a palavra é muitas vezes associada a algo pejorativo.

Comemora-se esta segunda-feira o Dia Mundial do Canhoto, uma homenagem aos cerca de 10% de pessoas que em todo o mundo utilizam a mão esquerda para a maioria das tarefas.

O canhoto já não é discriminado, mas nem sempre foi assim. Ser-se esquerdino já foi considerado um problema físico.

Na época medieval, as mulheres canhotas foram alvo de perseguições, acusadas de bruxaria, porque se associava o ser canhoto à relação estabelecida nos textos antigos entre o lado esquerdo e o pecado e a tentação.

A própria denominação “canhoto” é sinónimo de demónio – daí a expressão: “cruzes, canhoto!”.

Alguns países, como Espanha, Itália e França, aplicam a palavra “canhoto” a algo pejorativo. Por exemplo, esquerda, em italiano, diz-se “sinistra”; “gauche”, em francês, que dizer esquerda, mas também pode aplicar-se a algo errado ou desajeitado.

Por isso, foi instituído o 13 de Agosto como Dia Mundial do Canhoto: 13 por estar associado ao azar; Agosto por ser um mês conotado de mau agoiro.

Há muitos famosos, nas artes, na política e na ciência, que são (e eram) canhotos. O génio de Picasso e de Leonardo Da Vinci, por exemplo, Hitler, Napoleão Bonaparte, Maradona ou Paulo Futre. A mão ou o pé esquerdo estiveram em riste.

Mas… o que ser canhoto? É ter mais habilidade com a mão esquerda do que com a mão direita.