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Capital Europeia da Cultura

Teresa Lago diz que o Porto não aproveitou o legado de 2001

20 jan, 2012 • André Rodrigues

Ex-presidente da Sociedade Porto 2001 avisa Guimarães, procurando atingir Rui Rio: "As autoridades locais deram muito pouca prioridade à cultura e, portanto, uma parte desse legado perdeu-se”.

Teresa Lago diz que o Porto não aproveitou o legado de 2001

Teresa Lago, que liderou o projecto da Porto 2001, deixa um aviso na abertura da Guimarães 2012: é preciso saber tirar partido do facto de ter sido Capital Europeia da Cultura, algo que, diz, o Porto não fez.
 
A ex-presidente da Sociedade Porto 2001 lembra, em declarações à Renascença, que o evento deu à cidade novos equipamentos e conquistou novos públicos, mas considera que o poder local - leia-se Câmara do Porto - não soube aproveitar esse “legado” para a afirmação cultural da cidade.

“O maior legado consiste nos equipamentos culturais que deixámos à cidade, quer os que construímos de novo quer aqueles que renovámos. A programação cultural criou, na altura, uma apetência por espectáculos de grande qualidade e todo o trabalho que fizemos na criação de públicos foi com a expectativa de que, a partir de 2001, a cidade continuasse ao mesmo nível, como cidade europeia de cultura. Infelizmente, no Porto, isso falhou. As autoridades locais deram muito pouca prioridade à cultura e, portanto, uma parte desse legado perdeu-se”, diz Teresa Lago.
 
A ex-presidente da Sociedade Porto 2001 lembra ainda que a Porto 2001, apesar de dispor de “um orçamento muito considerável – mais de 220 milhões de euros”, baseou-se muito no mecenato. “Em Guimarães, penso que isso não existe, mas as capitais da cultura não têm que ser todos iguais”, diz Teresa Lago, para quem o importante é “usar a Capital da Cultura para a afirmação da cidade a nível nacional e europeu”.