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Património

Casa de Aristides de Sousa Mendes em risco de ruir

08 nov, 2011 • Maria João Costa

No meio de uma batalha legal entre a Fundação Aristides de Sousa Mendes e a família do diplomata, o edifício pode não sobreviver ao Inverno.

Casa de Aristides de Sousa Mendes em risco de ruir

A casa onde viveu Aristides Sousa Mendes está em risco de ruir. Classificada como património nacional pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) em Maio, a casa situada em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal, pode não sobreviver ao Inverno.

O edifício onde viveu o “cônsul de Bordéus” está envolto no centro de uma polémica com a Fundação Aristides Sousa Mendes.

O processo pode arrastar-se e a casa pode não sobreviver, receia Aristides Sousa Mendes, neto do cônsul, que lamenta que a direcção da fundação que leva o nome do seu avô durante 10 anos nada tenha feito para salvaguardar o património.

Em defesa da casa do Passal, classificada pelo IGESPAR em Maio como património nacional, um grupo de cidadãos elaborou um texto já enviado ao Secretário de Estado da Cultura e à presidente do parlamento.

Maria do Carmo Vieira, promotora do manifesto, lembra que há um projecto de Vítor Cóias já preparado. “Pensar que aquela casa pode não aguentar, quando há projectos feitos e aprovados, é uma forma de pressionar quem de direito. É uma obra de protecção só, para que a casa não caia”, diz.

A família Sousa Mendes já tentou ficar com a administração da fundação para acelerar o processo, mas vê-se no meio de um imbróglio jurídico.

“Quando, há 15 dias, fomos tentar fazer a escritura pública dos estatutos, não foi possível fazê-la porque não estava confirmada a nossa legalidade. É uma pescadinha de rabo na boca terrível. Nós queremos fazer coisas, é a família que está a tentar regularizar a situação. E quando a família se insurge, encontra barreiras por todos os lados, inclusivamente do próprio Estado”, lamenta Aristides de Sousa Mendes.

O sociólogo António Barreto, o embaixador Seixas da Costa, a pintora Emília Nadal e o poeta Pedro Tamen estão entre os signatários da carta em defesa da casa do Passal, que em breve chegará aos líderes partidários e ao primeiro-ministro.

Contactada pela Renascença, fonte da Direcção Regional de Cultura do Norte confirmou que na próxima semana será entregue o caderno de encargos para a cobertura provisória. Caberá depois à Fundação Aristides Sousa Mendes dar seguimento ao processo.