02 set, 2015 • Valdrin Xhemaj/EPA (fotos)
A agência europeia Frontex, responsável por coordenar a cooperação operacional entre os Estados-membros na gestão das fronteiras externas, divulgou que durante a última semana mais de 23 mil migrantes chegaram à Grécia através do Mediterrâneo.
Este número represente quase mais 50% do que na semana anterior. Durante esta semana cerca de 5 mil foram resgatados do mar, 55 pessoas morreram.
Uma imagem captada na fronteira entre a Grécia e a Macedónia.
Muitos pretendem fazer a viagem entre Gevgelija, na Macedónia, até Preshevo, na Sérvia.
O destino final é o centro da europa pela rota migratória dos Balcãs. Mais de 2.600 já morreram este ano no travessia do Mediterrâneo.
O Regulamento de Dublin, documento assinado pelos Estados-membros da União Europeia, em 1990, com o intuito de "proceder a uma harmonizarão das respectivas políticas de asilo", estabelece como princípio que um só Estado-membro é responsável pela análise de um pedido de asilo e que o pedido deve ser feito no primeiro país da Europa onde o imigrante chega. Em Junho, a Hungria decidiu suspender temporariamente a aplicação da Convenção de Dublin.
Grande parte destas pessoas procuram asilo, mas, de acordo com o relatório de Junho da Amnistia Internacional, muitos acabam por ser desencorajados pela lentidão do processo nos requerimentos de asilo.
O relatório acusava as autoridades da Hungria, da Macedónia e da Sérvia de tratamentos humilhantes e agressões aos migrantes e atribuiu a responsabilidade desta situação à União Europeia e ao falhanço da sua política migratória.
Acabam por ficar num limbo entre países, cercados de arame farpado e forças militares. O relatório expunha também violações de direitos humanos dos imigrantes que travessam os Balcãs.
Em 2014, apenas dez requerentes de asilo receberam o estatuto de refugiados na Macedónia. Só a um foi dado asilo na Sérvia.
Em 2014, 21 mil dos refugiados e migrantes fizeram a rota ocidental dos Balcãs. Mais de metade eram oriundos da Síria; outros do Afeganistão, do Egipto, da Eritreia, do Iraque, da Nigéria, da Somália, do Sudão e da Tunísia.
Este ano mais de 350 mil migrantes chegaram à Europa. Segundo a Organização Internacional para as Migrações, 2.643 morreram no Mar Mediterrâneo.