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É inaceitável usar recursos públicos para criar empregos precários, diz Costa

29 ago, 2015 • Eunice Lourenço

Líder do PS encerrou YES Summer Camp, na Praia de Santa Cruz, com um discurso virado para o emprego e evitou falar da polémica sobre Sócrates.

É inaceitável usar recursos públicos para criar empregos precários, diz Costa
O líder do PS acusa o primeiro-ministro de querer reduzir ainda mais os custos do trabalho e considera inaceitável que se continue a usar recursos públicos para criar empregos precários. "É inaceitável continuarmos a usar recursos publicos, sejam portugueses sejam dos fundos europeus, não para criar verdadeiros postos de trabalho, mas apenas para financiar a precaridade, financiar a ocupação temporária de verdadeiros postos de trabalhos que deviam ser ocupados por contratos efectivos", afirmou António Costa no comício com que encerrou o YES Summer Camp, na praia de Santa Cruz, concelho de Torres Vedras.

Perante umas poucas centenas de apoiantes, com um mar em fundo, António Costa fez um dicurso de cerca de 20 minutos em que evitou quaisquer temas de actualidade e concentrou a sua atenção nas questões de educação e emprego. De justiça e da polémica gerada pelas declarações de Paulo Rangel nem uma palavra do secretário-geral do PS, que não quis fazer declarações aos jornalistas.

No seu discurso, António Costa lembrou António Guterres e a prioridade que o governo socialista deu então à educação. "É fundamental repor a educação como prioridade da acção política", afirmou Costa, para quem a "nova ambição" é generalizar o pré-escolar para todas as crianças a partir dos três anos, condição "essencial" para combater o insucesso escolar no futuro.
Quanto à escolaridade obrigatória de 12 anos, a aposta é diversificar a oferta, sobretudo ao nível do ensino artistico.

Para o líder do PS só o investimento no conhecimento e na inovação estimula a competitividade e leva ao desenvolvimento e é esse o caminho que Portugal tem de seguir e não a continuação de um política de baixos salários e de diminuição dos custos de trabalho como diz que a coligação irá continuar a fazer.

“A dignidade do trabalhador é parte essencial da dignidade da pessoa humana”, afirmou Costa que até citou o Papa Francisco, que defendeu o trabalho digno no seu discurso perante o Parlamento Europeu.

“Cada vida humana é só uma, unica e irrepetível, a vida de cada um de nós não é uma fracção de qualquer percentagem e, ou a conseguimos viver, ou perdemos a única oportundiade que temos de a viver. É por isso que temos a obrigação de garantir a todos a oportunidade para um trabalho digno”, concluiu o líder socialista.

Antes de António Costa falou o presidente do Partido Socialista europeu, o búlgaro Serguei Stanishev, que fez questão de iniciar o discurso em português e disse que tem grande esperança na eleição do líder do PS como próximo primeiro-ministro de Portugal.

Já o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schultz, acabou por não vir ao encerramento do Yes Summer Camp por motivos de saúde. O YES Summer Camp juntou jovens socialistas de vários países europeus ao longo da semana na Praia de Santa Cruz, concelho de Torres Vedras.