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Novo Banco diz que já chegou a acordo com um terço dos emigrantes lesados. Movimento não acredita

01 ago, 2015

A solução comercial apresentada aos emigrantes pelo Novo Banco teve de ser autorizada pelo Banco de Portugal e garante pelo menos 60% do capital investido, mas o Movimento dos Emigrantes Lesados não acredita nos valores que o Banco revela.

Novo Banco diz que já chegou a acordo com um terço dos emigrantes lesados. Movimento não acredita
Quase um terço dos emigrantes lesados pelo BES já chegou a acordo com o Novo Banco.

Fonte oficial da instituição, citada pela agência Lusa, diz que até sexta-feira dois mil dos cerca de sete mil clientes que exigem a devolução das poupanças já aceitaram a proposta que lhes foi feita pelo banco.

A solução comercial apresentada aos emigrantes pelo Novo Banco, e que teve de ser autorizada pelo Banco de Portugal, garante pelo menos 60% do capital investido.

Ao todo, os emigrantes tinham subscrito aplicações num valor global de 720 milhões de euros.

Contacado pela Renascença, o Movimento dos Emigrantes Lesados (MEL) rejeita, contudo, esta notícia. Helena Baptista diz que não acredita. “Não confirmo nem acreditamos, não temos indicações nenhumas que nos levem a acreditar que duas mil pessoas já assinaram.”

Para esta responsável tudo não passa de uma estratégia do Novo Banco para tentar enganar os clientes menos informados. “É mais uma estratégia, porque é um fim-de-semana em que muitos emigrantes voltam a Portugal e preparam a próxima semana para conseguirem mais sucesso na assinatura desta proposta. Claro que há pessoas que não estão informadas e quando o gestor lhes diz que é a única solução que há e que em Setembro não haverá outra, as pessoas arriscam-se a assinar, sem estarem informadas.”

“O MEL continua a dizer não à proposta e pede aos emigrantes lesados que não se deixem enganar pelo Novo Banco, que esperem por mais informações, que estamos com um gabinete de advogados a tentar analisar a proposta. Logo que tivermos mais informações, avisaremos os nossos aderentes. Os nossos protestos vão continuar e esperamos que haja muita gente na manifestação do 10 de Agosto, em Lisboa”, conclui Helena Baptista. 

[Notícia actualizada às 11h58 com a reacção do MEL]