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Estatísticas do desemprego são como "iô-iô", diz Jerónimo

03 jul, 2015

Líder comunista considera que "a recuperação irreversível da economia e do emprego é pura propaganda".

O líder da CDU, Jerónimo de Sousa, considerou que a recuperação da economia e do emprego anunciada pelo Governo é "pura propaganda", comparando as estatísticas do desemprego a um "iô-iô".

"É a economia e o emprego iô-iô, vai acima e vai abaixo uma décima, mas não sai do mesmo sítio", enfatizou o secretário-geral comunista, numa intervenção em Coimbra para apresentar Manuel Pires Rocha como cabeça-de-lista do distrito às próximas eleições legislativas.

Baseando-se nos dados do desemprego de maio revelados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Jerónimo Sousa referiu que "a recuperação irreversível da economia e do emprego é pura propaganda".

"Um Governo que nos vem dizer que o país `está a dar volta`, mas ainda há dias ficámos a saber pelo INE, não só que nos últimos quatro anos abandonaram o país cerca de meio milhão portugueses, mas que o ano de 2014, o dito ano anunciado como o início da recuperação, bateu todos os recordes de emigração", sublinhou.

Numa intervenção ao ar livre, na Praça 08 de maio, no coração de Coimbra, o dirigente da CDU frisou que "a economia não sai do fundo onde esta política das `troikas` a colocou e o desemprego não sai dessa brutal e dramática dimensão que ronda o milhão e duzentos mil pessoas sem emprego".

Apelidando a política da coligação PSD/CDS de tragédia, Jerónimo de Sousa precisou que, entre 2009 e 2014, foram destruídos mais de 470 mil postos de trabalho e que o número de portugueses abaixo do limiar da pobreza ultrapassou os 800 mil.

O líder comunista acusou ainda o Governo de, no caso da Grécia, estar "sempre lado dos interesses do grande capital e das grandes potências em todas as situações e circunstâncias e contra os direitos dos trabalhadores e dos povos".

"Veja-se a inaceitável postura de alinhamento do Governo PDS/CDS, mas também do Presidente da República, no processo de chantagem e ingerência da União Europeia e do FMI sobre a Grécia, colocando-se na primeira linha da frente deste vergonhoso processo de pressão contra o povo grego, visando a sua rendição incondicional".

Para Jerónimo de Sousa, trata-se de "uma posição condenável que traduz a clara opção que tem conduzido a sua intervenção em Portugal nestes quatro anos de governo, a de colocar sempre os interesses dos especuladores e agiotas à frente dos interesses nacionais e do nosso povo".