28 jun, 2015
A maioria do parlamento grego aprovou, na madrugada deste domingo, o referendo proposto pelo Governo sobre a última proposta de acordo apresentada à Grécia pelos credores, de acordo com uma contagem da assembleia.
O referendo previsto para 5 de julho foi aprovado por pelo menos 179 deputados, num total de 300.
Além do Syriza e dos Gregos Independentes (que formam a coligação de Governo), também os deputados do Aurora Dourada (neonazi) votaram a favor do referendo, enquanto a Nova Democracia (conservadores), o Pasok (socialistas), o To Potami (centristas) e o KKE (comunistas) votaram contra.
A directora-geral do FMI, Christine Lagarde, já disse que este referendo será feito sem que as propostas que nele estão presentes sejam válidas, uma vez que o apoio financeiro termina antes.
No discurso que antecedeu a votação, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que “um grande não [no referendo] pode ser um grande sim contra ultimatos”.
Tsipras disse que a Europa não devia temer referendos, e ainda teve tempo para vociferar contra a oposição nacional: “Estamos a fazer o que vocês queriam fazer mas não fizeram, ou seja, resistir”.
Antes, o líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, tinha feito um discurso arrasador para com as decisões do governo do Syriza.
Samaras afirmou que uma saída o euro é equivalente a “cometer suicídio”, e acusou Tsipras de representar o “lobby do dracma”.
Ao fim da tarde de sábado, tinha sido o presidente do Eurogrupo, Joroen Dijsselbloem, a demonstrar esperança de que o Parlamento grego não avançasse para auscultação popular.
“A única hipótese que vejo é que o parlamento grego ainda tem de tomar uma posição prudente sobre isso e espero que possa levar a uma situação política diferente, mas vamos ter de esperar” afirmou Dijsselbloem.