01 jun, 2015 • Liliana Monteiro
Há 16 anos que o número de reclusos não era tão elevado. Actualmente, há 14.272 presos nas cadeias portuguesas, de acordo com a plataforma estatística da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Se olharmos para os dados de 1999 – altura a partir da qual começaram a ser tratados estatisticamente - os estabelecimentos prisionais contam hoje com mais 1.179 pessoas a cumprir pena ou medida de coacção.
Se há mais de uma década a prisão ocorria por crimes ligados ao tráfico de estupefacientes, contra o património e em terceiro lugar contra as pessoas, esse cenário mudou em 2003. Foi a partir desse ano que começaram a entrar nas cadeias portuguesas mais pessoas presas por roubo, furto e burla.
Desde aí que os crimes contra o património não saíram do número um do top das razões que levam as pessoas a cumprir pena na prisão.
Mas cinco anos depois, em 2008, aumentou uma nova tendência criminal: ao segundo lugar sobem os crimes contra pessoas, ou seja, homicídios, ofensas à integridade física e violação. Os ilícitos relacionados com o tráfico de droga caem para terceiro.
Este cenário criminal mantém-se até aos dias de hoje, de acordo com a plataforma estatística da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
As estatísticas revelam que a maioria dos reclusos cumpre penas entre os três e os seis anos. Segue-se um segundo núcleo, igualmente elevado, que cumpre pena entre os seis e os nove anos.
Quanto ao número de guardas prisionais, analisando os últimos 21 anos, o maior contingente foi registado em 2005. Nesse ano havia 4.596 guardas nas prisões portuguesas.
O ano passado havia um total de 4.141 guardas prisionais. Em comparação com 2005, são menos 455 para um universo de reclusos muito superior, que em 2014 rondava os 14 mil.