Tempo
|

Grécia acredita num acordo até domingo

29 mai, 2015 • Hugo Monteiro

Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra considera que houve progressos significativos nas negociações com os credores.

Grécia acredita num acordo até domingo

Contagem decrescente para um acordo entre a Grécia e os credores. Em causa uma parcela de 7,2 mil milhões de euros para injectar liquidez imediata nas finanças gregas. Atenas acredita que até domingo será possível um entendimento com as instituições da troika.

Do outro lado, Banco Central, Comissão Europeia e FMI admitem que há avanços por parte do Governo grego mas ainda longe de um acordo para desbloquear mais uma tranche do resgate financeiro.

Em declarações à Renascença, o grego Elias Soukiasis, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, considera que houve progressos significativos nas negociações com os credores.

Soukiasis acusa, contudo, as instituições de falta de sensibilidade para lidar com a crise grega. “O FMI apenas quer defender os seus credores mas à Europa não é só isso. Na Europa é dos cidadãos a Europa não é dos mercados financeiros. A Grécia aceitou os pontos principais dos credores e decidiu não aceitar o corte das pensões, não aceitar a austeridade porque a austeridade falhou. Agora é a vez do FMI e do Euro Grupo aceitar as propostas. A proposta básica da Grécia é não aceitar mais austeridade e mais miséria para o povo grego”, disse.

De resto, a directora geral do FMI já admitiu como provável a saída da Grécia da zona Euro. Christine Lagarde não considera no entanto que isso possa inviabilizar o projecto da moeda única.

Para Elias Soukiasis, esse é um cenário em cima da mesa mas que, a todo o custo, tem de ser evitado. “[Se isso acontecer] Todos ficam mal. Essa solução não beneficia ninguém. A Grécia perde e a Europa vai perder. Ninguém sabe quais são as consequências, portanto, seria melhor, evitar essa solução. Nem os gregos o querem, nem a maioria dos europeus, apenas credores pressionam a Grécia até ao limite para ver se aceita as condições dos credores. Portanto, acho que todos vão perder e seria melhor evitar essa solução”, acrescenta.

A análise de Elias Soukiasis, professor de economia na Universidade de Coimbra, numa altura em que a Grécia procura chegar a um acordo com os credores para desbloquear 7,2 mil milhões de euros referentes ao resgate financeiro.