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Serviço Nacional de Saúde respondeu bem à crise, diz OCDE

27 mai, 2015 • Anabela Góis

Coisas boas e coisas más. Pela negativa, um relatório da organização destaca a elevada taxa de infecções hospitalares e o número de cesarianas acima do desejável.

Serviço Nacional de Saúde respondeu bem à crise, diz OCDE

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) português tem respondido bem às pressões económicas dos últimos anos, equilibrando com sucesso a consolidação financeira e a melhoria da qualidade, de acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Mesmo nos anos da crise, durante os quais os gastos com saúde caíram 6,7%, foram postos em prática esforços ambiciosos no sentido de melhorar a qualidade, indica o documento.

Os internamentos hospitalares evitáveis por asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e diabetes estão entre os mais baixos dos 34 países da OCDE.

Portugal conseguiu uma das maiores reduções da taxa de mortalidade por doenças isquémicas do coração, mas ainda está acima da média.

Pela negativa, este relatório destaca a elevada taxa de infecções hospitalares, 10,7% entre 2011 e 2012, muito acima dos 6% da média da União Europeia.

Portugal continua também a ter mais cesarianas do que o desejável - tem a quinta taxa mais alta da OCDE.

Os portugueses também passam mais tempo no hospital do que a maioria dos parceiros da OCDE.

Um doente que sofreu um ataque cardíaco em Portugal fica internado, em média, pouco mais de sete dias, quase o dobro do que acontece na Dinamarca, onde a permanência no hospital não chega a quatro dias.

Uma fractura da anca justifica 14 dias de internamento, enquanto na Dinamarca e na Suécia não chega a 10 dias.

Contas feitas, a OCDE estima que 30% da actividade hospitalar em Portugal poderia ser assegurada pela comunidade, o que  resultaria numa poupança de cerca de 20 milhões de euros por ano através da transferência de mais cuidados de enfermagem do hospital para o exterior.