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Vera Jardim "tem dúvidas" sobre descida da TSU defendida pelo PS

26 mai, 2015

Antigo ministro espera esclarecimentos sobre a medida proposta pelo seu partido. No programa "Falar Claro" da Renascença, o social-democrata Nuno Morais Sarmento considera que o programa socialista “não representa um caminho alternativo para Portugal”.

Vera Jardim "tem dúvidas" sobre descida da TSU defendida pelo PS
Antigo ministro espera esclarecimentos sobre a medida proposta pelo seu partido. No programa "Falar Claro" da Renascença, o social-democrata Nuno Morais Sarmento considera que o programa socialista “não representa um caminho alternativo para Portugal”.

O socialista Vera Jardim admite, no programa “Falar Claro” da Renascença, ter dúvidas sobre a redução da taxa social única (TSU) dos trabalhadores proposta pelo PS.

“Tenho dúvidas sobre a medida, porque as medidas de reforço do financiamento da Segurança Social não estão ainda bem claras para mim, algumas delas [estão] pouco quantificadas”, afirma o antigo ministro da Justiça.

Vera Jardim está de acordo com outras personalidades socialistas que consideram arriscada a descida da TSU dos trabalhadores, ou seja, das contribuições para a Segurança Social.

“Sim, é verdade. No fundo, é o que eu quero dizer. Eu tenho sempre uma linguagem  de que porventura  o doutor Morais Sarmento não gosta muito. Gosta mais da ‘linguagem Medina Carreira’, mas eu tenho uma linguagem mais cautelosa, mais ‘soft’”, ironiza o comentador socialista no debate da noite desta segunda-feira com o antigo ministro do PSD.

Receita do PS só “varia nos temperos”
O projecto de programa de Governo apresentado pelo PS “não representa um caminho alternativo para Portugal”, conclui o social-democrata Nuno Morais Sarmento, no programa “Falar Claro” da Renascença.

“Representa uma maneira alternativa de fazer o mesmo caminho. Eu acho que isso não chega. Antecipamos os reembolsos, pagamos mais tarde à Europa, gastamos um bocadinho mais aqui, mas poupamos um bocadinho mais ali. Estamos a falar da mesma receita. Varia os temperos, varia o tempo de cozedura, mas estamos a falar do mesmo prato. E aquilo que, eventualmente, o Partido Socialista deveria fazer é trazer uma receita nova ao país.”

O antigo ministro da Presidência considera que o líder socialista António Costa tenta fazer um “equilíbrio” entre “não romper com a Europa e não romper à esquerda do PS”.

“Neste espartilho, perde cor, força, clareza, perde tudo”, afirma Nuno Morais Sarmento sobre o plano do PS. Já o socialista Vera Jardim diz que este “não é um documento radical”, mas aponta um caminho alternativo.

“É um documento que procura manter os compromissos europeus, situa-se nesse campo, seguindo caminhos bem diversos daqueles que têm sido seguidos”, defende Vera Jardim.