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TAP. Pais do Amaral acusa Governo de não dar tempo para preparar caderno de encargos

21 mai, 2015 • Henrique Cunha

À Renascença, o empresário, excluído da corrida à TAP, acusa o Governo de apenas ter disponibilizado as contas da transportadora de 2014 em meados de Março.

TAP. Pais do Amaral acusa Governo de não dar tempo para preparar caderno de encargos

Miguel Pais do Amaral explica a exclusão do grupo que representa do processo de privatização com falta de tempo para preparar o caderno de encargos.

O empresário, o único português na corrida pela compra da TAP, acusa o Governo de apenas ter disponibilizado as contas da transportadora de 2014 em meados de Março, quando o processo começou em Fevereiro.

Em declarações à Renascença, Pais do Amaral afirmou que a forma como o processo foi organizado não deu "tempo" ao grupo Quifel para preparar uma proposta que obedecesse a "todas as exigências do caderno de encargos".

"Em Julho de 2014, e a pedido do Governo, apresentamos uma carta de intenções, uma proposta não vinculativa para a compra da TAP porque da parte do Governo nos foi dito que o processo se iniciaria em Setembro. Entretanto, o processo acabou por se atrasar e começou em Fevereiro. Apesar de o processo só se ter iniciado em Fevereiro, elementos essenciais para nós da empresa só foram disponibilizados em meados de Março, nomeadamente as contas de 2014", descreve.

"O resultado disso é que nós não tivemos tempo para preparar uma proposta de acordo com todas as exigências do caderno de encargos. De facto, o processo, da forma como foi organizado, não nos deu tempo para isso."

Amaral queria contas e acordos

O empresário reconhece, contudo, que a proposta do seu grupo incluía três condições que colidiam com o caderno de encargos: "a primeira pedia um prazo adicional para analisar o impacto" que a greve dos pilotos irá ter nas contas da TAP; o segundo considerava "indispensável" um "acordo de médio/longo prazo com os principais sindicatos da empresa"; e no terceiro pedia-se um "compromisso do Estado junto dos credores para a criação de condições favoráveis ao refinanciamento da dívida da empresa".

Ainda assim, o empresário garante que se a privatização não avançar já, o grupo que representa continua interessado neste processo.

"Temos pena que as coisas se tenham passado desta forma. No caso de a privatização não ter lugar, obviamente, continuamos muito interessados em trabalhar neste dossiê. O caderno de encargos é extraordinariamente exigente. Vamos ver quem é que cumpre todos os requisitos", atira.

O Governo excluiu da corrida pela compra da TAP o consórcio liderado por Pais do Amaral, em nome da Quifel Holdings, por não cumprir os requisitos mínimos legais, explicou esta quinta-feira o secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro, em conferência de imprensa, depois de as propostas terem sido discutidas em Conselho de Ministros.