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Passos Coelho. Objectivo foi vencer a crise, "não perguntar se as pessoas têm dor"

12 mai, 2015

Primeiro-ministro em iniciativa da JSD para contar como "tratou" dos portugueses. Fica um aviso: um novo plano de resgate trará uma "dor muitíssimo maior”.

Passos Coelho. Objectivo foi vencer a crise, "não perguntar se as pessoas têm dor"

Vencer a doença sem perguntar ao paciente se gosta do "sabor do xarope". A metáfora foi utilizada pelo primeiro-ministro para explicar como resolveu o dilema do efeito das medidas de austeridade na vida dos portugueses.

“Esse dilema eu resolvi desta maneira: nós temos de ter um Estado que seja sustentável para futuro. Se não o tivermos sustentável, então teremos de regressar ao dia em que tivemos, em 2011, de pedir ajuda externa. Nesse dia, a factura a pagar é muito superior e a dor muitíssimo maior”, começou por referir Pedro Passos Coelho.

“Como qualquer pessoa que conduz um processo de terapia, porque de facto o que estivemos foi a fazer uma terapêutica, o objectivo que temos é vencer a doença, não é perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre, têm dor ou se gostam do sabor do xarope”, prosseguiu o primeiro-ministro.

O plano de resgate da “troika” obrigou a medidas duras de austeridade e provocou um aumento do desemprego. Passos Coelho não acredita que “haja Governo nenhum que tenha qualquer prazer em desenvolver programas que provoquem dor social”.

O primeiro-ministro falava na sessão de encerramento das jornadas “Portugal nas Tuas Mãos”, em Cascais, uma iniciativa que juntou dirigentes associativos, partidários e independentes para debater a ação governativa.

"As coisas não estão a correr bem" com a Grécia
O primeiro-ministro também abordou a crise na Grécia, numa altura em que o Governo de Atenas que tenta fechar um acordo com os parceiros europeus de reformas em troca de um novo pacote de financiamento.

Passos Coelho leu e interpretou as declarações proferidas esta segunda-feira pela ministra das Finanças, em Bruxelas, no final da reunião do Eurogrupo.

“Eu não ouviu os comentários da ministra das Finanças, apenas li uma noticiazinha no meu telemóvel. Aquilo que dizia, sumariamente, era que: ‘sim, tinha havido alguns progressos nas negociações, mas não o suficiente para se pensar que estamos próximos de chegar a um acordo’. Esta é uma forma muito polida, se bem interpreto, de dizer que as coisas não estão a correr bem, porque se estivessem a correr bem o que se diria era outra coisa”, disse o chefe do Governo.

[notícia actualizada às 01h03]