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Sismo já matou mais de quatro mil pessoas no Nepal

27 abr, 2015

Governo nepalês mobilizou 90% dos soldados para as operações de resgate. Ajuda internacional começa a chegar a Kathmandu.

Sismo já matou mais de quatro mil pessoas no Nepal

O número de vítimas do tremor de terra de sábado no Nepal continua a aumentar. O último balanço oficial aponta para mais de 4.000 mortos e 7.500 feridos.

O sismo de 7.9 graus na escala de Richter espalhou a destruição na capital Kathmandu, onde milhares de pessoas ficaram sem casa e passaram a viver em tenda e noutros alojamentos provisórios.

As equipas de emergência ainda não conseguiram chegaram a algumas aldeias situadas em locais remotos, uma vez que as estradas foram engolidas por deslizamentos de terra.

Fonte governamental admite que o número de mortos pode atingir os 5.000, tornando este sismo na pior tragédia a atingir o Nepal em oito décadas. Em 1934, um tremor de terra provocou 8.500 vítimas mortais.

O Governo do Nepal mobilizou 90% dos soldados para as operações de resgate e ajuda às populações, indica a BBC.

Países como a China, os Estados Unidos, Reino Unido e França foram os primeiros a enviar ajuda humanitária para um país onde falta um pouco de tudo, nomeadamente médicos, motoristas, helicópteros e cobertores.

Há também falta de água, alimentos e electricidade. Devido à dimensão da catástrofe, as autoridades receiam também o aparecimento de doenças.

A UNICEF estima que um milhão de crianças precisem de assistência no pós-sismo no Nepal.

O tremor de terra de sábado foi seguido por várias réplicas, que mantêm a população em sobressalto.

Na altura do sismo estariam no Nepal, pelo menos, 14 portugueses, que escaparam ilesos. Sete já terão abandonado o país, outros quatro estão numa zona montanhosa dos Himalaias e três encontram-se em Katmandu, no consulado espanhol, uma vez que Portugal não tem representação diplomática no país. Um deles, Pedro Queirós esteve esta segunda-feira durante algumas horas no centro da cidade e relatou à Renascença o que viu.

Especialistas defendem que a placa tectónica indiana, que se desloca continuamente para norte, deslizou mais um pouco sob a placa eurasiática, provocando o violento sismo no Nepal, poderá ter deslocado a cidade de Katmandu alguns metros.

"Este tremor de terra não foi uma surpresa, porque estamos numa zona de colisão" entre a placa tectónica indiana e a placa eurasiática", explicou Yann Klinger, diretor de investigação do Centro Nacional de Investigação Científica francês (CNRS), especialista na tectónica das placas, citado pela agência de notícias AFP.