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Milhares assinalaram 25 de Abril na Avenida da Liberdade

25 abr, 2015

Menos pessoas estiveram este sábado nas ruas da capital.

Milhares assinalaram 25 de Abril na Avenida da Liberdade

Milhares de pessoas desfilaram pela Avenida da Liberdade celebrando os 41 anos da revolução dos cravos, invocando valores e direitos conquistados em 1974 e que muitos consideram estar agora em perigo.

Cravos nas lapelas, erguidos nas mãos dos manifestantes, ou aos molhos nos braços das floristas que os vendiam a 50 cêntimos cada a quem integrava o desfile que este sábado desceu a Avenida da Liberdade, foram pintando de vermelho a moldura humana que encheu a principal artéria da cidade de Lisboa para assinalar os 41 anos do 25 de Abril.

As palavras de ordem habituais como "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!" juntaram-se bandeiras de Portugal e cartazes, alertando para o perigo de se "adormecer em democracia e acordar em ditadura" ou pedindo o fim da corrupção entre a classe política.

Mas maioritariamente, as pessoas protestavam contra a política do actual Governo e a perda de direitos.

No final do desfile, ameaçado pela chuva que chegou a cair no arranque, mas que acabou sem quase ser necessário abrir o guarda-chuva, houve ainda lugar ao 'Grândola, Vila Morena', contra-senha da revolução da autoria de José Afonso, antes do discurso do major Bargão dos Santos, da Associação 25 de Abril.

No palanque montado na praça do Rossio, onde a afluência esteve longe dos milhares que encheram a Avenida da Liberdade, as palavras do militar de Abril foram também sobretudo para os mais fragilizados pela crise.

"O combate à actual crise exige a participação activa das mulheres e dos homens sérios de Portugal. [...] Temos de ser capazes de com um esforço colectivo e devidamente organizado dar resposta à corrupção, aos escândalos financeiros, à permanente destruição do aparelho do Estado e às arbitrárias privatizações do sector público, bem à vista, bem à revelia dos interesses nacionais", disse Bargão dos Santos.

O militar disse ainda que é preciso não aceitar "a indignidade" das "actuais formas de pobreza e miséria", defendo o resgate e promoção de uma "cidadania activa", "para que possamos intervir nas decisões que nos dizem respeito, defendendo os valores de Abril".