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Ter um filho depois de um cancro não é impossível

14 abr, 2015 • Anabela Góis

Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução vai lançar uma brochura para médicos e doentes com essa informação.

O cancro está a aumentar e atinge cada vez mais pessoas em idade fértil. A quimio e a radioterapia afectam a fertilidade, mas ter um filho depois de um cancro não é impossível. 

A falta de informação é um aliado da infertilidade, diz a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução. Por isso, este organismo elaborou uma brochura para médicos e doentes com essa informação.

Os doentes têm de ser alertados para este efeito secundário dos tratamentos e encaminhados para a prevenção. “Quando planeiam a terapêutica e falam dos seus efeitos, os oncologistas devem incluir este efeito secundário da infertilidade e tentar quantificá-lo tanto quanto possível porque a incidência deste efeito secundário é diferente consoante a idade do doente e o tratamento a que vai ser sujeito”, explicou à Renascença Teresa Almeida Santos.

Para esta especialista, o primeiro passo é informar sobre o risco da infertilidade, e a brochura ajuda nesse sentido. “Depois, caso o doente necessite ou esteja interessando em esclarecer melhor o assunto, ou precisar mesmo de preservar os seus gâmetas (células sexuais) deverá referenciar para um centro onde isso pode ser feito”.

O mais frequente na mulher é o cancro da mama e nos homens são os tumores do testículo e os linfomas.

A presidente da Associação de Reprodução reconhece que a situação tende a agravar-se, porque estando a incidência do cancro a aumentar, também está a subir o número de casais que adiam a idade da primeira gravidez. “Temos todas as condições para um aumento do número de pessoas que ainda não tiveram filhos, ou ainda não tiveram todos os filhos que desejam, e que são atingidos por um cancro com a possibilidade de afectar a sua fertilidade”.

A brochura sobre a preservação da fertilidade em doentes oncológicos vai ser lançada nas Jornadas Internacionais de Estudos da reprodução, que começam quarta-feira, em Óbidos.