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Passos Coelho. Obra de Manoel de Oliveira “é universal”

03 abr, 2015

Pedro Passos Coelho esteve nas cerimónias fúnebres e salienta que o cineasta "era praticamente alguém da nossa família, que fazia parte da nossa cultura".

Passos Coelho. Obra de Manoel de Oliveira “é universal”

Depois de uma breve cerimónia religiosa na Igreja de Cristo Rei, reservada a familiares, amigos e figuras do Estado, seguiu-se o cortejo fúnebre para o cemitério de Agramonte, pontuado por aplausos das cerca de duas centenas de pessoas que aguardavam no exterior da Igreja.

E foi no final da cerimónia religiosa que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho falou da grande figura Manoel de Oliveira e da sua obra universal, motivo de orgulho de todos os portugueses.

“Pode-se dizer que a sua obra é universal e nesse sentido, como muito da cultura portuguesa, está desligada daquilo que foi a sua vida contingente e estará muito para além dos tempos que vivemos e isso orgulha-nos muito, dá-nos um brio particular sobretudo porque quem contactou com ele sabia que ele tinha uma vontade incessante de acrescentar mais filmes, que era o que ele gostava de fazer, mais símbolos dessa universalidade da cultura portuguesa”, disse.

O primeiro-ministro fez depois questão de afirmar o carinho que todos os portugueses dispensavam ao cineasta.

“Tenho a certeza que todos os portugueses sentem hoje um aperto muito grande por saber que ele partiu. Era praticamente alguém da nossa família, que fazia parte da nossa cultura, mas sentem também um orgulho muito grande por ter tido entre os seus maiores uma personalidade com as suas características que foi apreciado em todo o mundo em vida e que - tenho a certeza - continuará a ser depois deste dia”, acrescenta.

O actor norte-americano John Malkovich foi outra das personalidades que se deslocaram ao Porto para as cerimónias presididas pelo Bispo do Porto, António Francisco dos Santos.

Manoel Cândido Pinto de Oliveira morreu na quinta-feira, aos 106 anos, na sua casa, no Porto, cidade onde nasceu a 11 de Dezembro de 1908, e era o mais velho realizador do mundo em actividade. A urna já está no jazigo de família.