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Greve pára mais de 90% dos comboios

02 abr, 2015

Revisores estão em protesto até dia 6, mas CP mantém Alfa e Intercidades a circular. Situação só deverá estar regularizada na terça-feira.

Greve pára mais de 90% dos comboios

A greve dos revisores da CP obrigou esta quinta-feira, à paragem da maioria dos comboios, tendo circulado apenas 21 dos 262 programados até às 8h00, disse uma fonte da empresa, salientando que a maioria são Alfa Pendular e Intercidades.

"Foram realizados 21 comboios em 262 programados a nível nacional. Destes 21, dez são comboios de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades). Depois, temos seis urbanos em Lisboa e dois no Porto, o que é muito pouco", adiantou à agência Lusa porta-voz da CP - Comboios de Portugal, Ana Portela.

De acordo com a responsável, a CP está a conseguir, com muito esforço, porque não foram decretados serviços mínimos, os Intercidades e os Alfa Pendulares não sofram grandes alterações.

Ana Portela disse que esta greve vai afectar fortemente os passageiros da CP que se deslocam de comboio na época da Páscoa. "Lembro que a CP transportou no ano passado 1,1 milhões passageiros nos cinco dias (período de miniférias da Páscoa). Tivemos os comboios sempre na capacidade máxima, nomeadamente os de longo curso. Para termos alternativa à greve, agora, precisaríamos de mais de 20 mil autocarros. É inconcebível", exclamou.

Os revisores CP agendaram uma greve de quatro dias (2, 3, 5 e 6 de Abril) para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativa ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996.

A esta paralisação vem juntar-se a greve ao trabalho em dia feriado convocada pela Federação do Sindicato dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) para os dias 3 e 5 (sexta-feira Santa e domingo de Páscoa).

Em declarações à Lusa hoje de manhã, o presidente do presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante, Luís Bravo, disse que a adesão à greve dos revisores da CP, para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativa ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996, ronda os 100% nos turnos entre as 23h00 e as 08h00.

Na sequência das greves, a circulação deverá começar a ser afectada, devendo os atrasos e supressões prolongar-se até terça-feira (7 de Abril) de manhã.

“Quem faz o serviço de partidas de qualquer comboio na maioria das estações é o revisor. Qualquer problema ao nível de segurança de circulação, sinalização e outros, nas linhas, é o revisor o responsável por todos os procedimentos de segurança, para salvaguardar os interesses da empresa e dos clientes”, afirma o sindicalista Luís Bravo à Renascença.

Greve sem serviços mínimos
Esta é uma greve sem serviços mínimos, uma decisão do Tribunal Arbitral que surpreendeu a CP e que a empresa classifica de “leviana”.

Em comunicado, a administração da CP fala em irresponsabilidade e desprezo em relação aos passageiros. Diz ainda que a opção tomada assenta em pressupostos errados, até porque não há, nesta altura do ano, meios alternativos de transporte para servir mais de um milhão de passageiros que se movimentam pelo país.

Em causa está, por isso, no entender da empresa, o carácter de serviço público do transporte ferroviário. Promete, por isso, tudo fazer para mitigar os efeitos da paralisação, sobretudo, para os passageiros de longo curso. Os comboios Alfa Pendular e Intercidades estão, assim, a circular normalmente.

Os revisores da CP decretaram uma greve de quatro dias (2, 3, 5 e 6 de Abril) para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativa ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996.

A esta paralisação junta-se a greve ao trabalho em dia feriado, convocada pela Fectrans (Federação do Sindicato dos Transportes e Comunicações) para os dias 3 e 5 (Sexta-feira Santa e domingo de Páscoa).

Os próximos dias serão, por isso, pautados por atrasos e supressão de comboios.

[notícia actualizada às 10h30]